Ministro quer controle de “tigrinhos” para salvar “bets”

 

O ministro do Esporte, André Fufuca, admitiu para aliados que acredita que a solução para a crise causada pelo aumento no número de apostadores no Brasil passa, necessariamente, pelo controle dos chamados “tigrinhos”.

Na visão de Fufuca, é necessário separar roletas online das apostas esportivas, que se baseiam em resultados de jogos de futebol e de outras modalidades. E que a maior dor de cabeça está justamente nos cassinos online.

Fufuca afirma que controlar os cassinos online resolverá “90%” da crise com as bets, já que a maioria dos apostadores que se viciam e perdem grandes quantias de dinheiro estão nas roletas.

O maior receio do ministro, segundo aliados, é que o governo passe a defender uma restrição total das apostas esportivas caso o número de apostadores viciados continue a crescer descontroladamente.

O governo Lula já regulamentou as apostas online, tanto as esportivas quanto as roletas. Estão autorizadas a funcionar no Brasil apenas as bets que cumpriram os requisitos, como pagar a outorga de R$ 30 milhões.

Já as regras para os “tigrinhos” valem a partir de 1º de janeiro de 2025. Os cassinos terão de destinar parte da arrecadação para função social e ainda explicitar as chances de vitória para os apostadores, dentre outras medidas.

Fufuca defendeu ainda para aliados que os cassinos físicos, em resorts, deveriam ter sido regulados antes dos digitais, onde o controle será menor. E diz que o Ministério da Justiça terá trabalho com os “tigrinhos”.

Apostas em alta

As apostas online, tanto as feitas em cassinos quanto em “bets”, viraram uma das principais dores de cabeça para o governo. Nos primeiros meses de 2024, 25 milhões de pessoas passaram a fazer apostas.

Em outubro, uma pesquisa realizada pelo Instituto DataSenado revela que 13% dos brasileiros com 16 anos ou mais — equivalente a 22,13 milhões de pessoas — declararam ter apostado em empresas de apostas de quota fixa.

Diante dos números o governo prepara regulações mais rígidas. Dentre elas, o impedimento do uso de valores provenientes de programas sociais para apostas.

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