Psicólogo é morto por paciente que acompanhava desde a adolescência
O corpo de um psicólogo foi encontrado em casa localizada na cidade de Guarapari, no Espírito Santo, em estado decomposição. De acordo com a Polícia Civil, a vítima foi assassinada por um paciente, que, após o crime, roubou os pertences do profissional.
O suspeito, de 21 anos, foi preso na última segunda-feira, 14, usando o carro do psicólogo Silvestre Falcão Santana. Ele estava acompanhado da namorada e da família dela.
Segundo a polícia, o homem admitiu que cometeu o crime e o roubo de cartões de crédito, um cordão e R$ 1.417. A delegada Rosane Cysneiros esclareceu que o psicólogo e o homem de 21 anos mantinham relacionamento desde a infância do suspeito.
Silvestre tinha comunidade terapêutica em Serra, cidade onde reside a família do autor do crime. “O investigado era uma pessoa da total confiança da vítima”, disse a delegada.
A polícia pontua ainda que o psicólogo sofreu diversas agressões físicas antes de ser esfaqueado.
“Ele foi bastante detalhista, frio, não demonstrou nenhum tipo de arrependimento e não demonstrou nenhum sentimento de valor a todo o auxílio que a vítima prestou no decorrer da vida dele, porque ele conhecia a vítima há muitos anos, desde a sua adolescência”, explicou Rosane Cysneiros.
De acordo com a investigadora, o rapaz ficou internado durante seis meses em uma casa que oferece tratamento de dependência química – o histórico dele no local aponta apreensões, internações e prisões.
“Ele falou que foi para o computador, imprimiu todas as senhas de Silvestre, pegou o carro e seguiu para a casa da namorada, muito tranquilo. Ainda no sábado, foi para uma festa de Dia das Crianças e, à noite, para um culto na igreja. No domingo, passou o dia tranquilo. Na segunda, ele foi preso indo para Guarapari, onde a pretensão era adquirir um terreno”, esclarece a policial.
O suspeito de matar Silvestre Falcão Santana foi solto em agosto deste ano, quando procurou o psicólogo e pediu ajuda. Segundo a polícia, o profissional pagou o primeiro aluguel do paciente, enquanto ele trabalhava em uma lanchonete.
Silvestre foi sepultado no fim da tarde de segunda-feira (14/10), em Itapemirim. Uma amiga dele fez publicação lamentando a morte do profissional. “Meu amigo, meu confidente de mais de trinta anos, nos deixou de uma maneira trágica, vítima de um ato cruel e covarde. Seu falecimento pelas mãos de um paciente a quem tanto ajudou nos deixou em choque, mas seu legado é maior do que essa violência.”