Perícia confirma que arma apreendida é a mesma que matou a menina Ana Beatriz

 

Em entrevista coletiva nesta sexta-feira, 27, a Polícia Civil e Polícia Científica afirmaram que a pistola 380 apreendida com o suspeito de matar a menina Ana Beatriz, de apenas 13 anos, é a arma utilizada no crime. A confirmação veio após perícia realizada pelo Instituto de Criminalística.

“As convergências foram muito fortes e permitem afirmar de forma categórica que essa arma está envolvida na morte da vítima. Os elementos que chegaram aqui para exames, todos passaram por essa arma. São originados desta arma”, detalhou a perita criminal Suely Maurício.

O suspeito foi preso na manhã do dia 17 e é apontado pelas autoridades como o autor da morte da adolescente de apenas 13 anos de idade, que foi executada com um tiro na cabeça, na noite do dia 26 de agosto, no bairro da Levada, em Maceió.

“Hoje, a gente dá mais um passo importante nesta investigação. Iniciamos com a coleta de depoimentos, análise de imagens, até conseguirmos chegar a possível arma do crime. Hoje, se caracteriza, se concretiza que foi realmente a arma utilizada no crime. É o tipo de investigação que a gente faz com bastante vontade, que se finaliza dessa forma. Quando você aponta autoria para alguém baseado em depoimento e, às vezes, em poucos depoimentos, é uma situação, mas quando você consegue chegar a provas objetivas, inequívocas, como essa que hoje é produzida pelo IC, não deixa sombra de dúvidas sobre a autoria. Essa era a principal prova coletada. A gente ainda trabalha em outras provas, existem outros elementos aqui no instituto sendo periciados, como celular e vestes do autor. Apesar da arma já confrontada, estamos produzindo a reinquirição de pessoas, que a partir das imagens consegue mais uma vez confirmar que se trata do autor”, disse o delegado Francisco Medson.

A perícia – Durante a coletiva, o chefe do Instituto de Criminalística de Maceió (ICM), perito criminal Charles Mariano, adiantou que a perícia no celular do suspeito  já foi iniciada. Ele também confirmou que os estojos e projéteis da pistola do caso Ana Beatriz serão inseridos no Sistema Nacional de Análise Balística (SINAB) e do Banco Nacional de Perfis Balísticos (BNPB).

“Mesmo tentando apagar informações do aparelho, a perícia no celular já obteve resultados positivos de recuperação de dados e, em breve, o laudo será concluído e enviado para a DHPP. Também iremos inserir os elementos balísticos examinados nesse caso na base de dados nacional, que poderá resultar em uma lista de possíveis correlações até fora de Alagoas”. Concluiu o chefe do ICM.

Suely Mauricio, perita criminal responsável pelo exame, explicou como o procedimento foi realizado com o auxílio do microcompadorador balístico. No equipamento, ela confrontou os três projéteis removidos do cadáver da vítima, e os estojos encaminhados pela Delegacia de Homicídios de Proteção à Pessoa (DHPP) com as amostras padrões produzidas com as munições que vieram com a arma apreendida.

“Nesse caso, as marcas de percussão entre os materiais questionáveis encontrados no corpo da vítima, do local de crime e os padrões produzidos com a arma foram convergentes absolutamente de forma inequívoca. Então dá para dizer, sem nenhuma sombra de dúvida, que os estojos foram percutidos pela percussão dessa arma e que os projetos foram propelidos pelo cano dessa pistola apreendida”, afirmou Suely Mauricio.

Na perícia de balística, o perito criminal identifica se o percursor da arma apreendida é o mesmo que percutiu as cápsulas de espoletamento daqueles estojos. O exame também confronta os projéteis com os padrões da arma, para confirmar se eles possuem os mesmos micro-raiamentos que existem no cano da pistola, características individuais que identificam o armamento.

O caso – A adolescente de apenas 13 anos de idade foi assassinada com um tiro na cabeça, na noite do dia 26 de agosto, no bairro da Levada, em Maceió. Segundo a ocorrência do 1º Batalhão da Polícia Militar, a vítima teria sido seguida pelo criminoso e baleada na cabeça. O homem teria fugido logo em seguida, com a arma em punho, em direção à Vila Brejal. Testemunhas relataram que o assassino estava usando roupas pretas e media cerca de 1,75m.

Ana Beatriz chegou a ser socorrida por populares ao Hospital Geral do Estado (HGE), mas a polícia constatou o óbito na unidade hospitalar logo depois. De acordo com o relatório, familiares da jovem disseram aos militares que ela não tinha envolvimento com o tráfico e nem era usuária de drogas. A família acredita que o autor do crime possa ter tentado se relacionar com a vítima, que possivelmente não queria nada com ele. A Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), da Polícia Civil, está com o caso.

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