Operações em SP bloqueiam R$ 9,8 bilhões de contas ligadas ao PCC
A Justiça bloqueou R$ 9,8 bilhões em contas e bens vinculados ao Primeiro Comando da Capital (PCC) nos últimos quatro meses em operações deflagradas em São Paulo pelas polícias Civil, Militar e Federal, além do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), do Ministério Público paulista (MPSP).
As autoridades investigam o envolvimento da facção com empresas de ônibus, administrações municipais e campanhas políticas, além de bancos e esquemas de lavagem de dinheiro.
Em 9 de abril, o Gaeco realizou uma operação contra a Transwolff e a UpBus, que operam ônibus na capital paulista. Foram expedidos quatro mandados de prisão contra dirigentes e sócios das empresas, que seriam ligadas ao PCC. A Justiça autorizou o arresto, sequestro e bloqueio dos alvos no valor de R$ 600 milhões.
Uma semana depois, três vereadores de diferentes cidades de São Paulo foram presos por suspeita de envolvimento em contratos públicos milionários com prefeituras, câmaras municipais e governo estadual. O bloqueio das contas dos investigados pode chegar a R$ 200 milhões.
O maior bloqueio de valores aconteceu no dia 6 de agosto, em uma operação que bloqueou mais de R$ 8,1 bilhões de suspeitos de infiltrar integrantes do PCC nas eleições municipais, ao lançar candidatos aos cargos em disputa.
No último dia 23, a Polícia Civil cumpriu a quinta fase da Operação Downtown. Segundo as investigações, existe um sistema bancário do PCC que lavava o dinheiro do tráfico de drogas da Cracolândia em bancos, casas de câmbio, empresas no Brasil e até no Uruguai. O bloqueio de patrimônio atinge R$ 150 milhões.
Na semana seguinte, a Polícia Federal deflagrou operação contra uma quadrilha suspeita de lavar dinheiro para o PCC por meio de fintechs clandestinas. Além de prisões e buscas em endereços dos envolvidos, a Justiça autorizou o bloqueio de R$ 850 milhões em contas associadas à organização criminosa.