Denúncias de intolerância religiosa crescem mais de 80% no primeiro semestre de 2024

 

Infelizmente é comum vermos notícias sobre destruição de templos religiosos, obstáculos para a realização de cultos, comentários discriminatórios e, muitas vezes, agressões físicas e até assassinatos. Todos esses atos são classificados como intolerância religiosa que, de janeiro a junho de 2024, teve um aumento de mais de 80% nas denúncias contra liberdade religiosa em relação ao mesmo período do ano passado, segundo dados do Disque 100.

Ao todo foram 1.227 casos contabilizados, uma média de quase 7 denúncias por dia. Além disso, as denúncias registradas em apenas seis meses neste ano alcançaram quase o número total de registros do ano passado inteiro, de 1.482 denúncias.

O perfil das vítimas, muitas vezes, também se repete: a maioria é composta por mulheres e negros. Dos números desse ano, mais da metade foram cometidos contra pessoas pretas e pardas. as principais vítimas no Brasil são aquelas que praticam religiões de matrizes africanas, como a umbanda e o candomblé.

De acordo com o governo, no ranking de cidades onde mais foram feitas denúncias deste tipo estão cinco capitais, em ordem: Rio de Janeiro (RJ): 147 denúncias; São Paulo (SP): 115 denúncias; Brasília (DF): 60 denúncias; Salvador (BA): 44 denúncias; e Manaus (AM): 43 denúncias. Quase metade das violações aconteceu na própria casa da vítima, mas parte delas também pode acontecer no ambiente virtual.

A alta no número de casos reflete uma sociedade que pratica discriminações e intolerâncias, mas também significa que as pessoas têm tido mais coragem de denunciar, já que essas violações tendem a ser subnotificadas.

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