Após perder bebê, mulher denuncia negligência médica em hospital de Maceió

 

Uma mulher, que estava grávida de 19 semanas, fez uma denúncia de negligência e imperícia por parte dos  médicos do Hospital Hapvida Maceió após perder o bebê.

A mulher e seu marido relataram que a paciente iniciou o pré-natal em Abril deste ano na unidade hospitalar e no decorrer das semanas passou por alguns exames de imagens para observar a evolução do feto. Ao chegar a 19ª semana de gravidez, os médicos constataram que a criança estava morta em sua barriga há pelo menos três semanas.

Eles contaram que a gestante apresentou sangramento vaginal um dia após a primeira ultrassonografia no hospital, realizada no dia 08 de Abril. Ela recebeu atendimento médico de uma ginecologista que receitou medicação intravaginal para conter o sangramento. Dias depois, ela foi submetida a nova ultrassonografia que constatou que o feto estava evoluindo normalmente.

Contudo, ao completar 16 semanas e dois dias, no dia 24 de Maio, a gestante realizou novos exames de imagem no hospital uma vez que apresentava perda de líquido amniótico. “Disseram que estava tudo certo com o feto e que a perda do líquido era apenas de urina. Assim sendo, receitaram um antibiótico chamado cefalexina, que está classificado na categoria B de risco na gravidez. Em junho, já com 19 semanas, ela se dirigiu ao hospital para realização de novos exames de sangue e urina, vindo a descobrir que o feto estava morto”, informou o advogado do casal, Leandro Salomão Sanches.

Segundo o advogado, na ocasião, o médico plantonista teria solicitado mais uma ultrassonografia para averiguar o sexo do bebê. No mesmo dia, ele informou que o bebê estava sem batimentos e encaminhou a gestante para novos exames.

“No exame de ultrassom, a médica plantonista confirmou que o bebê estava sem os batimentos, mas tinha batimento umbilical, dizendo que assim existia ainda vida fetal. Para comprovar, foram solicitados outros exames, que passaram pela análise de outro médico. Ele constatou que realmente o feto estava sem batimentos e estava morto desde a 16ª semana. Este foi o mesmo médico que verificou os exames realizados pela paciente quando ela apresentou a perda de líquido e disse que estava tudo certo com o bebê. No último diagnóstico, realizado por um terceiro médico, constatou que realmente o feto estava sem vida há três semanas”, relatou o advogado.

Após o fato, a moça retornou à unidade hospitalar para a retirada do feto e foi dado início aos procedimentos para o aborto induzido. A mulher chegou a questionar o porquê de não ser realizada a curetagem, o médico respondeu que era um procedimento invasivo. Assim sendo, foi administrado o medicamento para induzir o aborto às 13h do dia 18 de Junho deste ano. A moça só conseguiu expelir o feto por volta das 22h30, passando por sofrimento durante todo este período.

No dia seguinte, a paciente passou por ultrassonografia e ainda foi constatado restos de placentas ainda não tinham sido eliminados. Mas mesmo assim, a médica liberou a paciente para casa, passando apenas medicação. Ela só conseguiu realizar a eliminação completa da placenta após três dias de alta médica.

“Além disso tudo, eles falaram que o feto era masculino e tiraram até uma foto. Mas no laudo, eles colocaram que era feminino. Até nesta situação, eles estão equivocado”, disse o advogado.

Diante de toda situação vivida, o casal, revoltado, alega negligência e imperícia médica por parte dos profissionais de saúde. Eles estiveram na delegacia e já confeccionaram um boletim de ocorrências contra a unidade hospitalar. O advogado da família informou ainda que foi aberta a denúncia no Ministério Público de Alagoas para apurar os fatos e ingressará com uma ação judicial contra o Hospital Hapvida.

“Ficou clara a falta de comprometimento profissional com a paciente. Eles não deram as informações corretas, podendo caracterizar como má conduta dos profissionais envolvidos mediante as análises clínicas e a administração de medicações na paciente em fase de gestação”, finalizou o advogado.

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