‘Golpe da caipirinha’: quadrilha causa prejuízo de R$ 5 mil contra turista

 

A quadrilha investigada por extorsão a turistas estrangeiros em Copacabana passou várias vezes o cartão de crédito de uma das vítimas, causando um prejuízo de R$ 5 mil. É o que consta no depoimento de um universitário chileno. No Rio a passeio, ele foi ouvido na terça-feira (23) depois de cair no “golpe da caipirinha”.

O caso é investigado pela Delegacia de Apoio ao Turismo (Deat). Segundo a polícia, os criminosos se aproximam das vítimas quando elas estão bebendo nas ruas, colocam mais bebida no copo e as obrigam a pagar pelo produto, que não havia sido pedido.

O estudante chileno, de 32 anos, alvo do bando, relatou que, após ser obrigado a pagar o valor de R$ 20, teve que passar o cartão de crédito várias vezes, já que os criminosos alegavam que a compra havia sido recusada. Os suspeitos usaram duas máquinas de cartão e repetiram a transação quatro vezes.

O passo a passo do golpe:

1. Vítima com a bebida na mão é abordada na orla;

2. Criminosos se aproximam e começam a conversar com a vítima;

3. O turista se distrai, e os criminosos colocam mais bebida no copo;

4. Os criminosos passam, então, a coagir e cobrar pela bebida;

5. O turista é obrigado a passar o cartão de crédito.

Preso por extorsão

Na terça, Leonardo Corrêa de Souza, de 39 anos, foi preso em flagrante por extorsão, estelionato e associação criminosa. Turistas chilenos contaram que andavam pela orla da Praia de Copacabana com um copo de caipirinha na mão quando foram abordados por três homens.

Segundo o relato, os suspeitos tiraram o copo da mão do homem e encheram de cachaça, sem consentimento. O chileno disse que, em seguida, foi forçado a pagar R$ 20 no cartão de crédito pela bebida que não pediu. Ele pagou e depois descobriu que os bandidos passaram, na verdade, U$$ 899 (cerca de R$ 5 mil).

Ao perceber que caíram em um golpe, as vítimas procuraram a delegacia e registraram boletim de ocorrência. Investigadores foram ao local indicado pelos turistas e encontraram um dos suspeitos: Leonardo que foi reconhecido pelas vítimas.

Segundo as investigações, os R$ 5 mil foram para a conta de um homem de 29 anos. O suspeito, que já tinha sido preso em 2019 por tráfico de drogas, é irmão de Leonardo.

Um terceiro suspeito, de 37 anos, já foi reconhecido pela polícia. A identidade dele estava com Leonardo.

Pedido de revogação de prisão

Na delegacia, Leonardo não quis prestar depoimento e disse que só falaria em juízo. A audiência de custódia está marcada para a tarde desta quinta-feira (25).

Também nesta quinta, a defesa do homem – que se diz vendedor de apitos, cangas e camisas na orla de Copacabana – entrou com um pedido de revogação de prisão.

No documento, dois advogados sustentam que ele tem residência fixa, é pai de sete filhos, sendo dois menores — uma bebê e um de 5 anos.

A defesa pede que ele responda em liberdade por se tratar de uma “pessoa idônea da sociedade, não havendo motivos para manter-se em custódia”. Até a publicação desta reportagem, o pedido ainda não havia sido julgado.

Em 2012, Leonado já havia sido investigado por furto. O processo foi arquivado em 2021.

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