‘Eles queriam a droga’, disse homem torturado por grupo antes de morrer
Torturado e morto por um grupo de homens, Cristiano da Costa Silva, de 38 anos, relatou à polícia – antes de falecer – que os suspeitos exigiram drogas, conforme consta no relatório do Centro Integrado de Operações da Segurança Pública (Ciosp). O crime ocorreu nessa terça-feira (16), no Conjunto Caetés, no Benedito Bentes, em Maceió. Dois suspeitos foram presos, sendo um deles o chefe do tráfico na região.
Segundo o relatório, durante patrulhamento, policiais militares do 5° BPM ouviram pelo rádio uma chamada do Centro de Operações da Polícia Militar (Copom) informando sobre um grupo de indivíduos em atitude suspeita, conduzindo dois veículos (um Classic prata e um Renault Clio branco) na avenida principal de Caetés, em direção à localidade conhecida como Matinha.
Imediatamente, a guarnição dirigiu-se ao local e encontrou, aproximadamente, oito indivíduos arrastando um homem para fora do matagal. Ao avistarem a viatura, largaram a vítima em cima de um sofá velho e fugiram, disparando armas de fogo contra os policiais, que responderam prontamente.
“Vários suspeitos fugiram para dentro do matagal, mas dois deles foram capturados enquanto tentavam escapar entre os prédios. O primeiro suspeito foi detido em via pública, e o segundo, conhecido como Átila e identificado como um dos chefes do tráfico na região, foi encontrado logo após entrar na residência de sua sobrinha, onde uma quantidade considerável de cocaína foi apreendida”, detalha o relatório.
O relatório também menciona que os policiais socorreram a vítima, que apresentava muitos hematomas pelo corpo, sinais de tortura, asfixia e perfurações. Quando questionada sobre o motivo das agressões, a vítima repetia apenas: “Eles queriam drogas. Eu dei as drogas”.
Cerca de 20 minutos depois, Cristiano parou de respirar e a equipe do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) foi acionada, constatando seu óbito.
“No mesmo momento, a equipe policial adentrou o matagal em busca dos demais integrantes do grupo, onde encontrou três tabletes de uma substância entorpecente similar à cocaína, além de um saco plástico preto contendo várias trouxinhas da droga, tudo dentro de um cano de PVC enterrado em um buraco de, aproximadamente, 500 metros distante do local onde estavam os outros criminosos. No entanto, os demais fugitivos não foram localizados”, informou o Ciosp.
As buscas contaram com apoio do grupamento aéreo, que sobrevoou a área, mas não conseguiu avistar os fugitivos restantes. As equipes da Polícia Civil e do Instituto Médico Legal (IML) foram acionadas para os procedimentos necessários.
Diante dos fatos, os suspeitos foram conduzidos à Delegacia de Homicídios da Capital, onde o delegado plantonista lavrou o auto de prisão em flagrante de ambos pelos crimes de homicídio simples e associação para o tráfico de drogas.