Médico de Bolsonaro nega que tenha sido funcionário fantasma da Apex em Miami
Ricardo Camarinha, médico do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), negou que tenha sido funcionário fantasma do escritório da Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (ApexBrasil) em Miami entre abril e dezembro de 2022.
“O médico Ricardo Camarinha repudia com veemência a informação atribuída à Apex de que seria funcionário fantasma da agência nos Estados Unidos e que o respectivo contrato de trabalho seria fraudulento”, afirmou em nota divulgada nesse sábado (13).
Nessa sexta-feira (12), a Apex divulgou um relatório interno que aponta a contratação de Camarinha como “fraudulenta”.
O documento foi elaborado por uma comissão interna da Agência que apurou desvios de conduta na gestão do general Mauro Lourena Cid, chefe do escritório da agência em Miami, durante o governo Bolsonaro.
De acordo com a nota, o médico teria sido contratado em abril de 2022 para oferecer consultoria técnica na área médica a empresas brasileiras que buscavam oportunidades de negócios nos Estados Unidos.
Camarinha alega que o serviço foi prestado “dentro das orientações recebidas da Apex, com trabalho presencial e remoto e em diversos eventos públicos, nas mais variadas cidades norte-americanas”.
O médico também ressaltou que o contrato com a Apex foi encerrado em janeiro de 2023 e que não houve questionamento sobre sua atuação.
Relatório Apex
O relatório da Apex aponta que, segundo relatos feitos à comissão interna, o médico foi contratado na agência em Brasília, mas foi “imposta à equipe” a expatriação para o escritório em Miami, “por meio de instrumentos de excepcionalidade (memorando, portaria e carta oferta)”.
A diretoria concluiu que o médico “não desenvolvia qualquer atividade profissional que mantivesse ligação com o cargo de assessor, e nem frequentava as dependências do escritório”.
O médico morava em Orlando e o escritório da Apex é em Miami. A distância entre as cidades é de aproximadamente 380 quilômetros.
A Polícia Federal (PF) apura a denúncia de que Camarinha era funcionário fantasma.