Kat Torres fala sobre acusação de tráfico humano: “Não tem prova”
Acusada de expor pessoas a condições análogas à escravidão nos Estados Unidos, Katiuscia Torres, mais conhecida como Kat Torres, resolveu falar pela primeira vez após a prisão. A ex-modelo e influenciadora, que se autodeclara guru espiritual, conversou com a BBC, falou sobre as denúncias contra ela e ainda afirmou não haver provas para condená-la.
Logo de início, Kat Torres expôs as jovens que registraram as queixas contra ela: “Elas foram para lá se prostituir, se prostituíram e falaram que fui eu que fiz isso”, disparou ela.
Questionada sobre as acusações de tráfico humano, ela rebateu: “É mentira. Eu não precisava escravizar ninguém, porque eu trabalhava, meu marido limpava a casa e eu tinha robôs, vários robôs que limpavam a casa para mim”, afirmou.
Em seguida, ela acusou: “Acho um monte de palhaçada. Nenhuma é séria. Não tem um monte de psicólogo aí querendo trabalhar? Eu não entendo. Estou na cadeia há um ano e meio, não vou voltar a fazer o que eu fazia antes. Elas conseguiram o que queriam. Vai para o paizinho, a mãezinha delas. Não é isso que elas falam, que a Kat afastou da família? Corre para a mamãe e para o papai de vocês, com 40 anos de idade na cara. Acho ridículo”, detonou.
Ainda durante a conversa, Kat Torres previu um prazo para deixar a cadeia: “Sinto que eu vou embora daqui a 10 dias, 20 dias, porque não tem prova nenhuma contra mim”, declarou.
E continuou: “Tem pessoas que nascem sem nenhum talento e tem pessoas que nascem com todos os talentos. Eu nasci com todos os talentos e tenho todos os caminhos para ir. Em qualquer caminho tem pessoas me chamando. Estou muito confusa”, disse ela.
Prisão preventiva
A ex-modelo e influenciadora Katiuscia Torres, a Kat Torres, teve um pedido de prisão expedido pela 5ª Vara Federal Criminal de São Paulo. Ela é acusada de expor pessoas a condições análogas à escravidão nos Estados Unidos. A decisão foi publicada no fim de 2022.
A autodeclarada guru espiritual, acusada de tráfico humano no caso que envolveu as brasileiras Letícia Maia e Desirrê Freitas, foi extraditada.
A pena para este tipo de condenação, de acordo com o artigo 149 do Código Penal Brasileiro, prevê de 2 a 8 anos de prisão e multa por cada crime cometido. Além da prisão, a Justiça Federal ainda emitiu um mandado de busca e apreensão e determinou a quebra do sigilo telefônico dos celulares pertencentes à guru.
Katiuscia Torres, também conhecida como Kate A Luz, Desirrê Freitas e Leticia Maia foram presas, em novembro de 2022, no Condado de Cumberland, na Carolina do Norte (EUA). As três, que acusaram a modelo Yasmin Brunet de tráfico humano, tentavam entrar no Canadá com documentação irregular.
Enquanto Kat Torres foi para a cadeia de Cumberland, Letícia e Desirrê foram levadas para a prisão da Polícia de Imigração (ICE), Stewart Detention Center, no estado da Georgia.
Entenda o caso
O imbróglio entre a modelo e as influenciadoras brasileiras começou após familiares e amigos de Letícia e Desirrê denunciarem o desaparecimento das jovens e acusarem a guru espiritual delas, Kate A Luz, de tráfico humano. A modelo brasileira comentou o caso no Twitter, pedindo que o caso fosse investigado.
Após a comoção que o caso tomou nas redes sociais, Letícia apareceu em vídeo, aparentemente transtornada, e acusou Yasmin de tê-la sequestrado e manter Desirrê em cativeiro.
“Fui traficada e sequestrada, não pela Kat, mas pela Yasmin! Ela tem um esquema de prostituição aqui fora! A Desirrê está em poder dela”, contou.
Além da atriz e modelo brasileira, outras pessoas estariam envolvidas no suposto esquema de tráfico, segundo denúncia de Letícia.
“O esquema de Yasmin e de tráfico de prostituta que movimenta milhões de dólares nos Estados Unidos. Vou arriscar minha vida para contar aqui tudo, mas preciso salvar a Desirrê. A Yasmin, o Luiz, o meu pai… estão todos envolvidos. Vocês não têm noção do que está acontecendo com as meninas“, ressaltou.
Dois dias depois, Kate, Letícia e Desirrê desmentiram as denúncias contra a modelo e disseram que tudo não havia passado de uma “brincadeira”, para que Brunet soubesse “como é ser acusada de algo que não cometeu”. A desculpa não colou e Yasmin Brunet registrou boletim de ocorrência na 4ª Delegacia de Crimes Cibernéticos, em São Paulo, após ser acusada de tráfico humano.
“Vou fazer questão de mostrar para elas que na internet existem, sim, leis que precisam ser seguidas, e que isso não é uma brincadeira que você faz com alguém. Esse tipo de acusação seríssima não é uma brincadeira que você faz com alguém”, disse a ex-BBB.