Cerca de 200 mil pessoas vivem em áreas de risco em Maceió, aponta Defesa Civil
Devido às ocorrências relacionadas às chuvas que ocorrem na capital alagoana, nos últimos dias, a Defesa Civil tem ficado alerta para atender a população, já que cerca de 200 mil pessoas vivem em áreas de risco em Maceió. São locais que apresentam grande vulnerabilidade e necessitam de maior intervenção por parte das autoridades.
De acordo com o coordenador da Defesa Civil de Maceió, Abelardo Nobre, o órgão tem realizado ações preventivas dentro do plano de enfrentamento às chuvas, para trazer mais segurança para essas comunidades.
“Temos o processo de êxodo rural, essa macrocefalia na cidade. Isso faz com que pessoas mais vulneráveis na questão social estejam habitando nessas áreas que têm uma geografia desfavorável para habitação. Nesses locais temos um solo sedimentar, com capacidade de saturação muito pequena, que rapidamente chega a 100%, temos um relevo acidentado, porque são áreas que eram de vales de rios anteriormente, então isso traz uma vulnerabilidade muito grande”, explica Nobre.
Ele afirma que a Defesa Civil tem realizado obras estruturantes de infraestrutura, contenção ou de proteção, mas que a população também deve fazer sua parte, principalmente no que diz respeito à construção de moradias em áreas de risco.
“Mesmo com a cultura de prevenção, as pessoas continuam fazendo intervenções nas áreas de encosta, cortando encostas, mudando a geometria para construir casas. Têm localidade que hoje não é área de risco, daqui a um mês aparece uma casa construída. Resolvemos um problema, mas sempre aparece outro”, ressalta.
“As pessoas resistem em sair das residências. A produção de risco não ocorre com as variáveis da natureza, mas sim do homem”, disse.
Segundo ele, os bairros do Benedito Bentes, Jacintinho, Feitosa e Chã da Jaqueira são os que possuem mais áreas de risco em Maceió.
Até o momento, já choveu mais de 190 mm e o esperado para todo o mês de julho é de 270 mm.
“Ainda vem mais chuva, mas a tendência é que diminua, porque o pico de chuvas é julho. Porém, não podemos baixar a guarda, vamos continuar com esse trabalho preventivo”, finalizou Abelardo.