Criança assassinada em Rio Largo era filha única; mãe está presa
Laura Maria Nascimento Braga, a criança de 7 anos que foi morta a facadas dentro de casa em Rio Largo, no último sábado (6), era filha única. A mãe dela é a principal suspeita do crime, está presa e deve ser ouvida nesta terça-feira (9). A Polícia Civil de Alagoas diz não ter dúvida sobre a autoria do assassinato, mas quer entender a motivação e circunstâncias do caso.
Isso porque, segundo a delegada da Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa da Capital (DHPP) Rosimeire Vieira, a equipe policial foi até a casa onde a criança vivia com o mãe e o pai, mas não foi encontrado indício de que Laura sofria maus-tratos.
“Vizinhos estão consternado e sem entender o que pode ter levado essa mãe a agir dessa maneira tendo em vista que era uma criança bem cuidada. Estivemos no quarto dela, é um quarto arrumado, com muitos brinquedos, muitas roupas, você percebe que era uma criança que tinha sim cuidado e que era amada, pelo menos é o que a gente percebe”, afirma a delegada em entrevista à imprensa.
A mãe da criança foi interrogada ao ser presa em flagrante, mas, segundo a delegada, ela preferiu ficar em silêncio. A mulher teve a prisão convertida para preventiva nesse domingo (7) e foi levada para o sistema prisional feminino Santa Luzia, em Maceió.
Rosimeire Vieira afirma que não há dúvidas sobre a mulher ter matado a própria filha porque só havia as duas na residência no momento do crime. Além disso, a criança se referia à mãe quando pedia socorro e foi preciso que os vizinhos arrombassem a porta para intervir na situação.
“A autoria do crime partiu dela, isso não resta nenhuma dúvida, considerando a inquirição dos vizinhos e familiares. Os vizinhos ouviram grito de socorro da criança, ela se referia à mãe, dando a entender que já havia ali um atrito entre as duas. Ao chegarem ao local para prestar socorro tiveram que arrombar a residência. Na casa estavam apenas a mãe e a criança. De modo que não existia ali outra pessoa e não tinha como outra pessoa ter adentrado à residência”, expõe a delegada.
A Polícia Civil investiga agora as circunstâncias do crime e o histórico de vida e saúde mental da mãe para entender a motivação.
“A gente precisa estabelecer se ela fazia uso de remédio controlado, se tinha histórico de insanidade mental, se era usuária de drogas, se ingeriu alguma bebida. O que a gente precisa entender é o que pode ter motivado o crime. Todas essas circunstâncias vão ser apuradas ao longo da investigação e encaminhadas à Justiça para que, no curso do processo, estabeleça se ela tinha consciência ou não tinha no momento do crime, se ela vai ser submetida a algum exame de insanidade mental para decidir o destino em relação à aplicação da pena”, conclui a delegada Rosimeire Vieira.
O exame de necropsia confirmou que Laura Maria Nascimento Braga, de 7 anos, foi vítima de choque hemorrágico.
Joelson Rodrigues, perito médico legista responsável pelo exame cadavérico, explicou que, durante a análise no corpo da criança, foram constatadas lesões perfuro-cortantes nas regiões cervical, torácica e da cabeça. Também foram encontradas equimoses provocadas por lesões contusas na região da face, cabeça, pescoço e no flanco esquerdo do corpo da menina.
“A menina veio a óbito devido ao choque hemorrágico, decorrente dos ferimentos no tórax provocado por um instrumento perfuro-cortante, tipo arma branca. No exame não foram constatados sinais evidentes de violência sexual na criança”, explicou o perito médico legista Joelson Rodrigues.