Menina morta pela mãe era vítima de abuso sexual, aponta Boletim de Ocorrência
A Polícia Civil de Alagoas (PC/AL) segue investigando o caso da pequena Laura Maria Nascimento Braga, de 7 anos, morta a facadas pela mãe, em Rio Largo, nesse sábado (6). Foi constatado pelo hospital, para onde ela foi levada antes de morrer, devido aos ferimentos, que a criança vinha sendo vítima de abuso sexual, conforme consta no Boletim de Ocorrência.
Parentes da vítima descrevem a relação entre mãe e filha como “tranquila” e não entendem o que aconteceu.
A menina foi morta na casa onde residia com os pais, na Rua do Sol, e chegou a ser levada ao Hospital Geral Professor Ib Gatto Falcão, mas não resistiu aos ferimentos e veio a falecer.
A reportagem teve acesso ao Boletim de Ocorrência do caso, no qual consta que militares do 8° Batalhão estavam em patrulhamento de rotina quando foram acionados pela supervisão do batalhão. Foi solicitado que se dirigissem até a unidade hospitalar para averiguar uma ocorrência de tentativa de homicídio, em que uma mãe teria lesionado a filha com arma branca. Parentes e vizinhos estavam na residência onde o crime aconteceu.
Posteriormente, a guarnição dirigiu-se à residência dos pais da vítima, onde encontraram ambos sentados ao chão da sala e várias pessoas ao redor, incluindo uma tia e uma avó paterna da criança. Os militares conversaram com os parentes presentes, os quais não quiseram informar as circunstâncias do fato nem detalhar qual objeto feriu a menina.
Após a chegada de outra guarnição da Polícia Militar, questionou-se novamente sobre o objeto utilizado, momento em que uma das pessoas na sala pegou a faca enrolada numa toalha e apresentou à guarnição.
O pai, no entanto, disse que estava trabalhando e não tinha informações sobre como o homicídio da criança aconteceu, mencionando que na casa estavam apenas a vítima e a mãe.
No boletim também consta que os tios da vítima relataram que um vizinho ouviu gritos vindos do interior da casa da mãe da menina, o que levou à preocupação e ao chamado da avó paterna de Laura, que morava na mesma rua. Eles arrombaram a porta e encontraram a mulher com Laura nos braços e a casa toda ensanguentada, sendo então levada ao hospital.
A mãe, por sua vez, deu várias versões desconexas sobre o ocorrido, enquanto o pai da criança estava visivelmente nervoso e permaneceu calado, tentando consolar a esposa durante todo o tempo. Posteriormente, ambos foram levados à Delegacia de Homicídios da Capital para as providências cabíveis, ficando a mulher presa.
O boletim também menciona que os militares foram até o hospital, onde foram informados de que a criança havia falecido, momento em que também souberam que Laura “era vítima recorrente de abuso sexual”, conforme registrado no boletim.
DEPOIMENTO DA TIA PATERNA
No boletim consta um depoimento da tia paterna de Laura, que informou que a relação entre a mãe e a filha era tranquila e que a menina passava a semana com a avó paterna enquanto a mãe trabalhava. Laura só ficava com os pais no fim de semana e à noite para dormir.
MORTE VIOLENTA
Também consta no boletim o relato do hospital sobre a morte de Laura. Ela tinha 7 anos e 4 meses e deu entrada na unidade com golpes de arma branca na região cervical e torácica.
Prontamente, foi encaminhada para a Ala Vermelha em parada cardiorrespiratória e com sangramento. A equipe de saúde realizou reanimação com massagem, sendo o óbito constatado às 10h21 do sábado. Também foi informado sobre marcas de abuso sexual.
A mãe foi identificada como Thamires Oliveira Braga e, segundo informações dos vizinhos, teria tido um suposto surto psíquico. As motivações só serão esclarecidas pela PC/AL, assim como se a mulher é usuária de drogas, conforme também mencionado pelos vizinhos.
Os abusos também serão investigados, sendo que a polícia solicitou um laudo cadavérico para confirmar os fatos.