Brasil desaba em índice que mede o progresso social
O Brasil despencou 21 posições e passou da 46ª colocação, em 2014, para a 67ª, neste ano, no Índice de Progresso Social (IPS) Brasil — ferramenta criada pelos cientistas da Universidade de Harvard e do MIT (Instituto de Tecnologia de Massachusetts), ambos nos Estados Unidos. A queda reflete a piora nos níveis de desigualdade social e econômica do país.
Entre os componentes do IPS Brasil, nutrição e cuidados médicos básicos, acesso à água e saneamento e moradia são áreas nas quais o país enfrenta dificuldades. A segurança pessoal também é um ponto de preocupação e impacta diretamente a qualidade de vida.
Em 2024, o país registrou as pontuações de 61,83 em nutrição e cuidados médicos básicos; 70,51 em água e saneamento; e 77,79 em moradia. No caso de segurança pessoal, obteve 58,27, e em acesso ao conhecimento básico, 71,82.
Bem-estar
Entre as capitais brasileiras, Brasília é que apresenta a maior qualidade de vida. Para chegar a tal resultado, o IPS Brasil considerou fatores como nutrição, saúde, moradia, saneamento, segurança pessoal, acesso à informação, meio ambiente, inclusão social, liberdade individual e acesso à educação superior.
Depois de Brasília, Goiânia, Belo Horizonte, Florianópolis e Curitiba são as capitais que proporcionam a melhor qualidade de vida às populações. As três últimas do ranking do IPS Brasil são Maceió, Macapá e Porto Velho.
A pesquisa também aponta que o Distrito Federal (1º) e São Paulo (2º) destacam-se com as melhores notas no ranking das unidades da Federação. Segundo o IPS Brasil, o DF apresentou melhor desempenho nos seguintes itens: acesso à informação e comunicação; saúde e bem-estar; qualidade do meio ambiente, direitos individuais; liberdades individuais e de escolha; e acesso à educação superior.
Apesar do bom desempenho em quase todos aspectos da pesquisa, o DF vai mal quando o item é inclusão social. Ocupa o penúltimo lugar entre as 27 unidades da Federação. “O componente inclusão social busca garantir que todos os indivíduos tenham acesso equitativo a oportunidades e recursos, independentemente de sua origem, raça, gênero, orientação sexual, condição socioeconômica ou deficiência”, salienta o levantamento.
Municípios
O levantamento também avaliou os municípios brasileiros com melhor desempenho. Os de São Paulo apresentam altas notas em vários indicadores — como no aspecto água e saneamento, em que estão entre os melhores, reflexo de investimentos contínuos em infraestrutura básica que garantem acesso a serviços essenciais à população. As cidades do Sudeste e Sul também se destacam no item moradia, com notas que chegam a 77,79, número que é acima da média do restante do Brasil.
Mas a realidade é bastante diferente em outras partes do país. Na Amazônia Legal, a situação é crítica, especialmente no que diz respeito ao acesso a serviços básicos. O componente água e saneamento apresenta notas baixas — resultado da falta de infraestrutura adequada e da dificuldade de fornecer esses serviços essenciais para uma população dispersa e que vive em áreas de difícil acesso.