Delegado da PF é acusado de ameaçar e perseguir ex-namorada
A Polícia Civil do Amazonas apura denúncias feitas por uma mulher contra um delegado da Polícia Federal (PF) lotado em Tabatinga. Devido à gravidade dos fatos, a vítima conseguiu medidas protetivas contra o investigado.
De acordo com a vítima, de 34 anos, Francisco Gonçalves Perez não aceitou o fim do relacionamento e passou a persegui-la. Ele temia que a ex tivesse um novo companheiro e passou a atormentá-la.
A jovem detalhou que o namoro com o delegado teve inicio em outubro de 2023 e que a relação era conturbada, com episódios de violência psicológica por meio de chantagens e humilhações.
Fragilizada, a mulher decidiu romper com Perez em abril. Contudo, ainda de acordo com a vítima, o policial passou a agredi-la com tapas e chegou a afirmar que tinha as chaves da casa dela e poderia entrar no local a qualquer momento. Em uma discussão, a vítima lembrou que o delegado chegou a falar: “A única solução é você fechar a porta do seu quarto, porque só essa (chave) eu não tenho”.
Em outra ocasião, o homem também teria interceptado a mulher no trânsito para tentar reatar o namoro. A vítima afirmou que teme por sua segurança e ficou dias sem dormir, com medo de o autor invadir a sua residência.
Há, ainda, suspeita de que o delegado tenha assediado servidoras da delegacia da Polícia Federal em Tabatinga, a qual tinha cargo de chefia.
Exoneração
Após as denúncias, o delegado foi exonerado do cargo de chefia da delegacia da PF em Tabatinga. A dispensa do servidor foi efetivada por meio de portaria divulgada nesta quarta-feira (26).
O que diz a PF
A Polícia Federal informou, por meio de nota, que tomou conhecimento das denúncias envolvendo o delegado. “Os fatos estão sendo apurados com o rigor necessário, em procedimento disciplinar interno que corre sob sigilo. Medidas administrativas cabíveis já foram adotadas, incluindo o afastamento do servidor das funções de chefia”.
“A Polícia Federal reafirma seu compromisso com a apuração rigorosa de todas as denúncias que recebe. A instituição não tolera condutas que violem os direitos e a dignidade de qualquer pessoa”, diz o texto.