Destroços de navio que afundou há 3 mil anos são achados na costa de Israel
Destroços de um navio que naufragou há 3.000 anos com sua carga foram descobertos na costa norte de Israel, anunciou a autoridade de antiguidades do país nesta quinta-feira (20). Especialistas afirmam que se trata de “uma descoberta histórica de proporções globais”.
Os destroços foram descobertos no Mar Mediterrâneo, a uma profundidade de mais de 1.500 metros, pela empresa de energia Energean, que opera na costa de Israel.
Um estudo realizado pela empresa revelou que a carga do navio consistia em centenas de ânforas (vasos antigos) usadas para armazenar produtos como vinho e azeite durante a Idade do Bronze.
“O navio parece ter afundado em perigo, seja por causa de uma tempestade ou por causa de um ataque de piratas, um fenômeno bem conhecido no final da Idade do Bronze”, disse Jacob Sharvit, chefe da unidade marítima da Autoridade de Antiguidades israelense.
O naufrágio foi descoberto a 90 quilômetros da costa do norte de Israel, e as autoridades estimam que ele data do século 14 ou 13 a.C.
Com mais de três milênios de idade, o naufrágio data de uma época em que o comércio marítimo estava começando a prosperar.
A equipe da Energean encontrou um número significativo de jarros enquanto investigava o fundo do mar, disse Karnit Bahartan, gerente ambiental da empresa.
“Quando enviamos a eles à autoridade de antiguidades as imagens, a descoberta foi sensacional, muito além do que poderíamos ter imaginado”, declarou Bahartan.
Sharvit disse que a localização da descoberta na costa mostrou que os antigos marinheiros eram capazes de navegar pelo mar sem visualizar a costa, provavelmente com a ajuda da posição das estrelas e do sol.
“Essa é uma descoberta histórica de proporções globais”, disse ele.
Alguns dos objetos descobertos serão apresentados ao público em breve, informou a autoridade.
Destroços do navio do famoso explorador polar britânico Ernest Shackleton — a bordo do qual ele morreu a caminho da Antártica — foram encontrados na costa de Newfoundland e Labrador, no Canadá. As informações foram divulgadas por um grupo de pesquisadores na quarta-feira.
Situado a 390 metros de profundidade, o Quest é “um navio muito importante do ponto de vista histórico”, disse John Geiger, diretor-geral da Royal Canadian Geographical Society, responsável pela expedição.
Ernest Shackleton entrou para a história das expedições polares graças à jornada épica que empreendeu com seus 27 companheiros, em uma canoa. Isso se deu depois que seu navio, o Endurance, afundou nos mares gelados da Antártica, em 1915.
Durante meses, a tripulação sobreviveu no bloco de gelo e, depois, em uma ilha gelada da Antártica. Eles foram salvos graças à ousada viagem de Shackleton, quando o mesmo partiu em uma canoa com alguns companheiros em busca de ajuda.
A descoberta do Quest marca “um dos últimos capítulos da extraordinária história de Sir Ernest Shackleton”, disse John Geiger em uma coletiva de imprensa. Ele afirmou ainda que o barco a vela e a vapor foi encontrado no domingo (16) usando um sonar.
“Os destroços são consistentes com o que sabemos sobre o naufrágio e estão no lugar certo, onde não há outros destroços desse tipo. Portanto, podemos dizer com confiança que este é o Quest”, explicou David Mearns, um caçador de destroços e membro da expedição.
Nas imagens de sonar, o navio parece estar praticamente intacto, apoiado verticalmente em sua quilha. Um de seus dois mastros estava quebrado e descansando no fundo do mar.
Sete anos depois do episódio do Endurance, em 5 de janeiro de 1922, o explorador morreu de ataque cardíaco aos 47 anos de idade a bordo do Quest, ancorado na ilha da Geórgia do Sul, no Atlântico Sul. Ele estava a caminho de sua quarta expedição.
O Quest foi usado em outras expedições, em resgates no Ártico e pela Marinha canadense durante a Segunda Guerra Mundial, antes de afundar em 1962, danificado pelo gelo na costa de Newfoundland. Todos os membros da tripulação norueguesa sobreviveram.
Outra expedição está planejada para o final deste ano para fotografar e documentar melhor o naufrágio.