‘Porsche de Dani Alves’ e desvio milionário: MP pede suspensão de contrato de empresa no interior de AL
Uma cooperativa de prestação de serviços pode ter o contrato suspenso com o município de Delmiro Gouveia, no Sertão de Alagoas, após uma recomendação do Ministério Público do Estado de Alagoas (MP-AL) emitida à administração do município.
Segundo o MP-AL, membros da organização criminosa – suspeita de movimentar R$ 243 milhões dos cofres públicos e de ter comprado o Porsche de Daniel Alves, o ex-jogador do Barcelona e da Seleção Brasileira – teriam ligação com a Coopserba Cooperativa de Trabalho e Prestação de Serviços Gerais Específicos e com outras quatro, todas com sede na Bahia.
De acordo com o Ministério Público, outras empresas como Moderniza Cooperativa de Trabalho, Serviços Gerais e Administrativos; Dom Vital Cooperativa de Trabalho dos profissionais de saúde; Confiar Soluções em Serviço Cooperativa de Trabalho, e Coofemed Cooperativa de Trabalho da Saúde não mantém contrato com Delmiro Gouveia, mas ainda assim o promotor de Justiça Frederico Monteiro pediu que o município se abstenha de contratá-las.
“Fizemos uma grande investigação sobre a existência da prática de crime de lavagem de dinheiro, previsto no art. 1º da Lei 9.613/98, em cooperativas de trabalhos criadas tão somente para transações ilegais com Municípios alagoanos. E o Ministério Público tem como obrigação agir, adotar medidas que esbarrem qualquer contratação colocada como suspeita. Entre o prevenir ao ‘remediar’, a recomendação é para garantia de que em Delmiro Gouveia tudo ocorra dentro da legalidade, de forma lícita, para que não seja mais um Município envolvido”, destacou o promotor.
Frederico Monteiro falou também sobre proteção aos recursos públicos, que devem ser destinados para a promoção do bem-estar da população. “O nosso objetivo é o de evitar qualquer dano social ou econômico. Na Recomendação deixamos claro a necessidade de combater e punir efetivamente os crimes de lavagem de dinheiro. É inconcebível ignorarmos as transações ou operações suspeitas com a utilização do recurso público que deve ser investido para garantir os direitos do cidadão, logo, como método preventivo, esperamos que o Município acate o que consta no documento mencionado”, enfatizou.
Caso a recomendação não seja aceita pela administração de Delmiro Gouveia, o Ministério Público afirma que irá adotar medidas cabíveis para que o resultado pretendido seja alcançado.
Operação Maligno – Cinco membros da organização criminosa foram presos em maio deste ano na Operação Maligno. A quadrilha é suspeita de burlar concursos públicos através de crimes como a venda de facilidades aos gestores públicos, a exemplo de funcionários fantasmas e lotação por indicações.
Além dos mandados de prisão, também foram cumpridos oito de busca e apreensão em Maceió (AL), Japaratinga (AL) e Petrolina (PE). O bloqueio e o sequestro de bens dos denunciados no valor de R$ 46 milhões.