Avó de bebê recém-nascido denuncia negligência médica e falsidade ideológica no Hospital Veredas

 

A avó paterna de um bebê recém-nascido denunciou uma situação de negligência médica e falsidade ideológica no Hospital Veredas nesta quarta-feira (05) e entrou com boletim de ocorrência por conta do ocorrido.

Segundo Rosilene, a avó da criança, sua nora não teve o parto realizado na hora correta e por conta disso, a mãe do bebê ficou com diversos cortes parta que a criança fosse retirada.

A criança então nasceu morta e foi reanimada na Unidade de Pronto Atendimento do hospital, porém uma documentação adulterada com relação aos exames pré-natais teria sido feita pelo hospital, informando que a mãe teria feito apenas duas consultas de pré-natal e que teria iniciado o acompanhamento apenas no oitavo mês da gestação.

Dores começaram de madrugada

“Ela começou a sentir dores quatro horas da manhã, aí quando foi umas sete ela foi para o Hospital da Mulher e não foi atendida, foi encaminhada para a Nossa Senhora da Guia e também não foi atendida alegando que não tinha médico, então meu filho levou ela para o Hospital Veredas, por volta de uma hora ela chegou lá no Hospital Veredas, foi atendida pelo médico residente e ficou lá até as quatro da tarde, quatro e meia da tarde por aí, foi quando a médica, a obstetra, apareceu para ‘pocar’ a bolsa dela, né? E esse foi o único momento em que a médica apareceu lá, a obstetra, quatro e meia da tarde”, conta a avó da criança.

Rosilene relata também que a médica do plantão da tarde disse que não estava afim de fazer o parto, que o procedimento fosse realizado apenas à noite.

“Quando foi umas seis horas ela pediu para que aplicasse uma injeção de indução, mas em nenhum momento ela foi dar assistência lá à minha nora. As enfermeiras foram por várias vezes na sala dela chamar ela para ir olhar a gestante porque sabiam que tinha algum problema, que com certeza estava… não tinha condição de aquela criança nascer normal. E ela respondeu que não estava ali, não estava afim de fazer o parto naquela tarde, que ela esperasse para o turno da noite”, destacou.

A médica da noite quando iniciou o plantão percebeu a gravidade da situação e realizou o parto emergencial.

“Quando a médica da noite chegou, por volta de sete e meia, ela se dirigiu até a enfermaria, onde a minha nora estava. Então, quando ela percebeu a situação, ela viu que algo muito sério tinha acontecido com a criança. Então, ela tinha que fazer o parto o mais rápido possível, porque já fazia muito tempo que a criança estava no canal vaginal. Então, ela estava sendo sufocada pelo cordão umbilical e pelo bracinho dela, que estava junto ao rosto. Então, a médica fez o procedimento, o parto, cortando também a minha nora. Ela ficou toda cortada, dilacerada, tanto por dentro como por fora. Uma coisa terrível”, pontuou Rosilene.

A avó informou que constatou irregularidade no documento utilizado pelo hospital para preencher o prontuário.

“A criança, na verdade, nasceu morta e foi reanimada na UTI, e consta isso, esses dados na declaração de nascimento vivo, e eu constatei também uma irregularidade. Nesse documento consta que ela teve apenas duas consultas no pré-natal e começou o pré-natal com oito meses de gestação, que não é verdade. Eu fui procurar saber dessa informação, quando eu cheguei na UTI, no prontuário dela constava apenas essas informações, e eu perguntei ao médico porque ele me mostrou um documento dizendo que essas informações constavam no cartão de pré-natal dela”, disse revoltada a avó.

Rosilene afirmou que o documento foi forjado para que mostrasse que a culpa era da mãe da criança.

“Quando eu peguei o documento que ele me mostrou, o documento era falsificado, eles escanearam o documento, apagaram as informações que tinha no cartão original e colocaram essas duas consultas e no oitavo mês de gestação, ou seja, eles falsificaram um documento para dizer que ela não fez o pré-natal como deveria, dizendo provavelmente que a culpa era da mãe por a criança nascer doente dessa forma, que não é verdade. O nó original consta todos os exames, as consultas e eu inclusive até falei para o diretor da UTI que ele podia responder por falsidade ideológica. Isso é crime”, finalizou a avó.

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