MTE flagra alagoanos em trabalho degradante na construção civil em SP

 

 

 

O Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) flagrou nove trabalhadores de Alagoas e do Piauí em condições degradantes em uma obra de construção civil no município de Votorantim, no interior paulista.

O órgão já mediou um acordo para o pagamento de todos os direitos trabalhistas e salário dos operários. Nessa quarta-feira (29), a construtora, empreiteira e trabalhadores chegaram a um entendimento para pagamento dos salários atrasados e todos terão realizado seus registros em carteira.

Eles também receberão o valor da passagem para retorno aos respectivos estados. Nesta segunda-feira (28), a construtora e uma empreiteira foram autuadas durante uma ação de fiscalização do MTE após constatação de trabalho degradante e por manter trabalhadores sem registro em carteira.

“Independentemente do acordo, a fiscalização está em curso, especialmente quanto à segurança e medicina do trabalho,” afirma o gerente regional do Trabalho em exercício, o auditor Ubiratan Vieira.

Segundo ele, durante a reunião que culminou no acordo foi feito um apelo para que as construtoras investiguem mais as empreiteiras antes da contratação. “Com certeza, 90% dos casos de trabalho análogo à escravidão ou degradante têm raiz na contratação de serviços terceirizados realizados por empreiteiras”

De acordo com informações da fiscalização, os trabalhadores saíram do Piauí e de Alagoas e estavam vivendo em um alojamento sem receber pagamento há um mês, e o local apresentava condições precárias de higiene e estrutura. A multa foi aplicada, e a empresa será obrigada, além de registrar os trabalhadores, a arcar com os custos de retorno deles para seus estados.

Ainda segundo a fiscalização do MTE, a denúncia partiu dos próprios trabalhadores, que estavam atuando na construção de um condomínio de prédios em Votorantim. Eles estavam sem registro há 60 dias e sem receber salário há 30 dias. Os trabalhadores estavam parados há um mês e não tinham recursos para voltar para casa.

O gerente regional do MTE em SP afirmou também que as empresas autuadas alegaram que os trabalhadores foram contratados por uma empresa de prestação de serviços.

“As empresas são responsáveis pelos contratos de trabalhadores terceirizados. Esperamos que essas denúncias cessem, porque, infelizmente, no último mês, todas as semanas, tivemos um grupo de trabalhadores se queixando de que não receberam seus salários,” explicou Ubiratan Vieira. O Ministério Público do Trabalho será oficiado pela fiscalização para tomarem providências devidas.

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