AL registra mais de 450 casos de violência contra menores neste ano

 

No mês da campanha Maio Laranja, de combate à exploração e abuso sexual infantil, dados da Polícia Civil de Alagoas (PC/AL) alertam para o número de casos de violência contra crianças e adolescentes. Nos primeiros quatro meses de 2024, o Estado já contabilizou 458 ocorrências, sendo 266 de abuso sexual.

O crime de estupro qualificado – caracterizado por lesão corporal grave ou quando a vítima é menor de 18 anos – teve um crescimento de 16 casos em 2022 para 20 em 2023, e já registrou 4 casos de janeiro a abril de 2024.

A situação é ainda mais grave quando se observa os casos de estupro de vulnerável, que tem vítimas de 0 a 13 anos. Em 2022, foram registrados 708 casos, número que aumentou para 719 em 2023. Nos primeiros quatro meses de 2024, já foram contabilizados 262 casos.

Outros tipos de violência, como maus-tratos e lesão corporal dolosa (também contra crianças de 0 a 13 anos), mostram uma tendência crescente. Em 2022, Alagoas registrou 204 casos de maustratos, com um aumento para 255 em 2023, e 87 casos até abril de 2024. Lesão corporal dolosa teve 227 casos em 2022, 280 em 2023 e 105 de janeiro a abril de 2024.

MACEIÓ

Na capital, os casos de estupro qualificado saltaram de 2 em 2022 para 13 em 2023, com 1 caso registrado nos primeiros meses de 2024.

Os casos de estupro de vulnerável foram 212 em 2022 e 235 em 2023, com 93 casos já registrados até abril de 2024. Os crimes de maus-tratos em Maceió subiram de 84 casos em 2022 para 125 em 2023, com 54 casos no primeiro quadrimestre de 2024. Já os de lesão corporal dolosa aumentaram de 89 casos em 2022 para 131 em 2023, com 47 casos registrados até abril deste ano.

COMBATE

O Dia Nacional de Combate ao Abuso e à Exploração Sexual de Crianças e Adolescentes, comemorado no último dia 18 de maio, foi um momento para refletir e reforçar as ações de prevenção e combate a esses crimes.

A data lembra o caso da menina Araceli Crespo, que foi raptada, estuprada e assassinada em 1973, um crime que até hoje permanece impune. Conforme a delegada Bárbara Arraes, da Delegacia dos Crimes Contra Criança e Adolescente, na maioria dos casos, o abusador faz parte do convívio da família e tem a confiança tanto da vítima quanto dos pais da criança.

“A maioria desse tipo de crime é praticado por pessoas próximas que não geram suspeitas para abusar. Pais e familiares e sociedade devem ficar atentos aos sinais que a criança dá e fazer a denúncia”

A população pode e deve denunciar qualquer suspeita de abuso ou violência através do Disque 100 ou no 181, um serviço de proteção que funciona 24 horas por dia. “Estamos no mês de maio, mês de enfrentamento, mas temos que pensar nisso todos os dias porque as estáticas mostram que crianças e adolescentes são vítimas desses crimes todos os dias”, finaliza a delegada.

 

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