Professora tem dificuldades para custear o tratamento de fibromialgia

 

A professora Leiliane Felício, 49, levou anos para descobrir ter fibromialgia, doença sem cura que causa dores pelo corpo todo. A assistente administrativa Fabiana Tomasi, 36, também.

A diferença entre as duas, porém, é que Leiliane tem dificuldades para custear o tratamento. Ela gasta cerca de R$ 600 por mês, valor da única medicação com a qual teve alívio dos sintomas em nove anos. O remédio não está disponível no SUS (Sistema Único de Saúde).

Fabiana, por sua vez, tem custos de até R$ 2.700 mensais. Os gastos incluem plano de saúde, medicação, consultas com nutricionista e atividades físicas especiais com eletroestimulação.

“Minha sorte é a minha família e o meu namorado me ajudarem. Eu já passo apertos tendo condições de custear o tratamento, não consigo imaginar quem não tem”, diz a assistente administrativa. “O estresse gera dor, por isso preciso cuidar de tudo na saúde. Não é só tomar remédio.”

Qualquer tipo de dor crônica, como a fibromialgia, exige tratamento multidisciplinar. Isso significa que as abordagens vão além da medicação. Cuidados integrais à saúde são essenciais para reduzir os sintomas. Por isso, os custos variam e podem ser altos.

“Fator social sempre é um fator de agravo da dor crônica. Está na base de qualquer pirâmide do processo de doença”, explica o anestesiologista Wolnei Caumo, chefe serviço de dor e medicina paliativa no Hospital de Clínicas de Porto Alegre.

O tratamento tem abordagem psicossocial, porque não há mágica para aliviar cefaleia se a pessoa está em ambiente tóxico, num ambiente em que não tem dinheiro para comer.
Wolnei Caumo, anestesiologista.

‘Desanimador saber os tratamentos para ficar bem, mas não conseguir pagar’.

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