Mães atípicas realizam feira de empreendedorismo inclusivo

 

A praça Jornalista Genésio de Carvalho, no bairro da Gruta de Lourdes, em Maceió, recebeu uma movimentação diferente neste domingo (19). Famílias atípicas, ou seja, aquelas formadas por crianças e, em alguns casos, adultos com autismo ou outros transtornos preencheram o espaço com seu empreendedorismo e desejo de informar e quebrar preconceitos sobre o assunto.

Cerca de 40 mães e um pai atípico montaram seus estandes na 1ª Feira das Famílias Atípicas Empreendedoras de Alagoas, para apresentar à população os produtos que vendem como forma de contribuir com o orçamento da casa. Muitas das mães têm o pequeno negócio como única fonte de renda, após receberem o diagnóstico e precisarem abrir mão de um emprego formal para se dedicar ao tratamento do filho ou da filha.

O evento foi uma ideia do grupo Famílias Atípicas Empreendedoras, apoiado pela Prefeitura de Maceió, por meio da Secretaria da Mulher, Idosos, Pessoas com Deficiência e Cidadania (Semuc), e foi a primeira vez que elas tiveram uma feira exclusiva.

Para Mércia Silva, empreendedora e organizadora do grupo, a realização de eventos como este com apoio do poder público é o que ela aponta como verdadeira inclusão, que tem como resultado dar oportunidades para as famílias voltarem a viver bem mesmo após o diagnóstico.

Ela comercializa roupas infantis e batizou sua loja de Sonho Meu, em referência ao sonho de conseguir trabalhar e acompanhar o tratamento do filho, Thiago, de 10 anos de idade.

“O evento foi lindo, mesmo debaixo de chuva, por que temos uma razão: levar o melhor para os nossos filhos e mostrar à população que existe vida após um diagnóstico. Sem o apoio da Prefeitura seria muito difícil porque tudo tem um custo. E o nosso grupo foi criado com o propósito de divulgar o trabalho dessas famílias, para quem empreender é um recomeço”, exalta.

A coordenadora da pasta PCD da Semuc, Laura Bezerra, destaca que a promoção de eventos de empreendedorismo para as famílias atípicas não só é uma maneira de inclusão, mas contribui com o bem-estar delas mesmas e ajuda a construir comunidades mais resilientes.

Na Feira, as pessoas puderam encontrar produtos como alimentos, artesanato, cosméticos, roupas, acessórios e outros itens criativos. E ainda acompanharam o som da banda da Guarda Municipal. Um pai, que é de Arapiraca e faz parte do grupo, compareceu ao evento para vender pães que ele mesmo produz.
Outra família, a da Aline Gilvany, que tem dois filhos autistas, um de 7 anos e outro de 3 anos de idade, comercializa acessórios de inclusão, como cordões, pulseiras, abafador de ruído, adaptador de escrita, toalha de mão, chaveiros, guias de segurança, copos e garrafas.

“A importância de empreender é também mostrar para várias mães que tem como, sim, a gente conseguir algo para nós e para nossos filhos. O pouco vira muito e juntas somos mais fortes”, ressaltou Aline.

“As nossas feiras servem tanto no apoio financeiro com no apoio mental materno. É algo que essas famílias precisam muito, a ajuda psicológica, para continuar suas jornadas, que não é fácil”, completou Mércia.

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