Terra volta a tremer em Feira Grande
A terra voltou a tremer no município de Feira Grande, no Agreste alagoano. O abalo foi registrado 1h28 da madrugada desta sexta-feira (17).
O Laboratório Sismológico (LabSis) da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN) detectou mais uma vez o tremor de terra que teve magnitude 1.3 na Escala Richter.
A sequência de abalos sísmicos ocorre desde o dia 29 de abril e está chamando a atenção da comunidade científica brasileira.
Agora, já foram 48 abalos no curto período e o maior tremor com magnitude 2.2 na Escala Richter a uma profundidade de quase dez quilômetros, no dia 29 de abril.
Estações
O biofísico e professor Eduardo Menezes, do Laboratório Sismológico (LabSis) da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN) relata que o órgão segue monitorando e divulgando toda atividade que ocorra no estado de Alagoas e em toda região Nordeste do Brasil.
Ele diz que a região é nova, sismicamente falando.
“A gente está monitorando com as estações que conseguem detectar, e no município de Anadia é a mais próxima. Estamos planejando instalar equipamentos em Feira Grande, para analisar com mais detalhes a série de tremores na região”, acrescentou o cientista.
Os tremores em Feira Grande foram registrados desde a madrugada do dia 29 de abril deste ano. No ano passado, a Universidade Estadual de Alagoas (Uneal), campus de Arapiraca, criou um grupo de pesquisas para analisar os tremores de terra que vêm ocorrendo no interior de Alagoas, sobretudo nas cidades de Arapiraca e Craíbas.
Audiência Pública
Nesta quinta-feira (16), a Câmara de Vereadores de Arapiraca realizou uma audiência pública sobre o assunto. Representantes da Mineradora Vale Verde (MVV), do Ministério Público Estadual (MP/AL), Defensoria Pública Estadual, das Defesas Civis das duas cidades e da Secretaria de Desenvolvimento Urbano e Meio Ambiente de Arapiraca participaram da reunião com os moradores.
Os vereadores querem analisar as informações para saber se existe alguma relação das atividades da mineradora, no município de Craíbas, com as explosões nas minas e os tremores de terra na região.
O gerente-geral de Operações da MVV, Breno Martins, respondeu a todas as perguntas e indagações dos vereadores e do público sobre o funcionamento da mina, a segurança da barragem de rejeitos e episódios de abalos sísmicos nas três cidades do Agreste.
Ele afirmou que a barragem é segura e foi projetada para aguentar as fortes chuvas no período de inverno. Quando questionado pelo vereador Adriano Targino (PP) sobre a relação entre os abalos sísmicos na região e a extração na mina, o representante da MVV relatou que o grupo de trabalho formado em conjunto com a UFRN ainda não concluiu o laudo que comprove a relação.