Professores: governo Lula oferece até 31% de aumento, mas nada em 2024
Em reunião com professores de universidades e institutos federais, nesta quarta-feira (15), o governo federal manteve a proposta de reajuste salarial zero em 2024, mas fez uma mudança na oferta para os próximos anos. As modificações apresentadas na oferta terão reflexos financeiros, por meio dos steps (degraus) na carreira. Assim, cada classe e cada nível vai ter um índice diferenciado, não havendo mais um índice unificado. O menor vai ser de 13,3% e o maior, de 31%.
A nova oferta foi apresentada na Mesa Específica e Temporária da Educação, coordenada pelo Ministério da Gestão e da Inovação em Serviços Públicos (MGI), com participação do Ministério da Educação (MEC) e de representantes dos docentes.
O secretário de Relações de Trabalho, Jose Lopez Feijóo, afirmou que se trata de “uma boa proposta” para os trabalhadores da educação. Ele explicou que, em 2026, os reajustes vão variar de um mínimo de 13,3% a 31%. “Significa que o reajuste proposto agora para os docentes acumulará, no período dos quatro anos do mandato do governo Lula, um reajuste que vai variar entre 23% a 43%”, disse ele.
“Portanto, não só a recomposição de toda a inflação prevista para este mandato do governo Lula, que é de 15%, mas uma importante recuperação de perdas dos governos passados que sequer recebiam os trabalhadores e trabalhadoras para qualquer tipo de diálogo ou negociação”, defendeu o representante do governo.
Gustavo Seferian, presidente do Sindicato Nacional dos Docentes das Instituições de Ensino Superior (Andes-SN), ressaltou que foi possível ter uma negociação. “Nós pudemos apontar pontos de tensão e contradição diante do primeiro desenho”, disse ele após a reunião. A devolutiva do governo, na visão dele, foi incrementada.
Data de assinatura
Segundo Seferian, o governo lançou essa oferta como “última proposta”. Ficou acordado que o acordo deverá ser assinado na data de 27/5 (última segunda-feira do mês de maio).
A partir de amanhã (16), as entidades iniciarão suas assembleias para consultar as bases sobre os novos termos da proposta. Alguns setores cogitam radicalizar as greves, mas outros, cientes de que o governo não deverá conceder nenhum tipo de correção neste ano, sinalizam para um acordo com o governo.