PCA acelera para 0,38% em abril, acima da projeção do mercado

 

 

O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), que mede a inflação oficial do país, registrou alta de 0,38% em abril, 0,22 ponto percentual (p.p.) acima do valor de março (0,16%). A informação foi divulgada nesta sexta-feira (10) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O número foi pouco superior à expectativa do mercado, que esperava uma elevação de 0,35%.

No acumulado em 12 meses até abril, o IPCA ficou em 3,69%, abaixo dos 3,93% observados nos 12 meses imediatamente anteriores. Os especialistas também esperavam um valor menor, de 3,65% para o período.

Os grupos “Saúde e cuidados pessoais” (1,16%) e “Alimentação e bebidas” (0,70%) foram os destaques no índice de abril, sendo responsáveis pelos maiores impactos no IPCA, ambos com 0,15 p.p. Em seguida, com impacto de 0,03 p.p., vieram “Vestuário” (0,55%) e “Transportes” (0,14%). Os demais valores ficaram entre o -0,26% para “Artigos de residência”, que junto com “Habitação” (-0,01%) foram os únicos grupos com variação negativa neste mês, e 0,48% para “Comunicação”.

Medicamentos

Em abril, sete dos nove grupos de produtos e serviços pesquisados tiveram alta de preços. “Saúde e cuidados pessoais foi impactado pela alta de preços dos produtos farmacêuticos (2,84%), em decorrência do reajuste de até 4,5% autorizado pela CMED (Câmara de Regulação do Mercado de Medicamentos), a partir de 31 de março”, explica André Almeida, gerente do IPCA.

Alimentação

No grupo “Alimentação e bebidas” (0,70%), que em março havia apresentado a variação mais intensa (0,53%) e o maior impacto (0,11 p.p.), a alimentação no domicílio acelerou de 0,59% no mês anterior para 0,81% em abril. Mamão (22,76%), cebola (15,63%), tomate (14,09%) e café moído (3,08%) apresentaram as altas mais expressivas, provocadas pela menor oferta desses produtos em abril. “Fenômenos climáticos ocorridos no fim de 2023 e no começo de 2024 afetaram a produção”, diz Almeida.

Já a alimentação fora do domicílio (0,39%) registrou variação semelhante à de março (0,35%). Embora o lanche tenha desacelerado de 0,66% para 0,44%, o subitem refeição (0,34%) mostrou variação maior do que a verificada em março (0,09%).

Transportes

Após variação negativa no mês passado (-0,33%), “Transportes” (0,14%) teve os subitens com maior impacto positivo e maior impacto negativo no índice de abril, de modo que eles acabaram se anulando. Houve queda na passagem aérea (-12,09% e -0,08 p.p.). No que se refere aos combustíveis (1,74%), somente gás veicular (-0,51%) teve diminuição de preços. Etanol (4,56%), gasolina (1,50%) e óleo diesel (0,32%) registraram altas. A gasolina (0,08 p.p.) foi o subitem com maior impacto positivo no IPCA de abril.

Ainda em “Transportes”, a variação do metrô (1,72%) sofreu influência do reajuste de 8,69% no Rio de Janeiro (5,07%), a partir de 12 de abril. Em ônibus urbano (0,01%), houve reajuste de 2,15% em Campo Grande (1,06%), a partir de 15 de março. A alta do subitem táxi (0,21%) é resultado do reajuste médio de 17,64%, a partir de 22 de abril, em Recife (4,84%).

Grupos com redução de preço

Quanto aos grupos em que houve redução de preços em abril, “Habitação” (-0,01%) foi impactado pelo aumento da taxa de água e esgoto (0,09%), que por sua vez foi influenciada pelo reajuste de 1,95% em Goiânia (1,75%). Outro fator que contribuiu foi a energia elétrica residencial (-0,46%), devido aos reajustes tarifários efetuados em Salvador (BA), Aracaju (SE), Rio de Janeiro (RJ), Recife (PE), Campo Grande (MS) e Fortaleza (CE). No caso de “Artigos de residência” (-0,26%), o destaque ficou com a diminuição dos preços de computadores e televisores.

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