Árbitro de 30 anos morre ao passar mal durante teste físico da Federação do Rio de Janeiro
O árbitro Feliphe da Cunha Oliveira Cabral da Silva, de 30 anos, morreu na manhã da última quinta-feira após passar mal durante um teste físico da Federação de Futebol do Estado do Rio de Janeiro, realizado no sábado passado. A Ferj lamentou a morte do juiz, que passou cinco dias internado após um mal súbito durante a “realização dos testes físicos de rotina”.
Na noite de ontem, a federação, em nota oficial, informou o falecimento do árbitro e aproveitou para esclarecer alguns fatos. Segundo a Ferj, Feliphe foi “prontamente atendido por UTI móvel, presente no local dos testes” e depois encaminhado à UPA mais próxima, “onde foi imediatamente recebido, medicado e transferido na noite do mesmo dia (sábado, 4 de maio) para o Hospital Estadual Dr. Ricardo Cruz, em Nova Iguaçu”.
No entanto, um amigo de Feliphe, que também estava fazendo o teste físico, revelou ao jornal O DIA que o árbitro só foi retirado da pista após o fim do teste, cerca de quatro minutos depois de cair no chão passando mal.
— Aquecemos juntos, ele estava bem. Começamos a correr e faltando cinco tiros de corrida para acabar o vi caído. Ele ficou ali e não podíamos parar. Veio a ambulância, mas ele só foi retirado após o fim do teste, cerca de quatro minutos depois de cair. Ninguém chegou nele com o teste rolando. Depois que finalizou, o colocaram em uma cadeira de rodas e foi o momento que ele desmaiou e foi retirado da pista — disse o amigo de Feliphe.
Ele ainda explicou que todos sabiam que Feliphe estava passando mal dentro da ambulância, após sofrer um mal súbito durante os testes. No entanto, o carro não foi conduzido ao hospital como informado na nota oficial da Ferj.
— Somente vinte minutos depois que o diretor de arbitragem apareceu, nervoso. Sem a ambulância, o teste teria que ser paralisado. Acredito que eles queriam que a situação do Feliphe fosse resolvida ali para que continuasse (o teste). Mas as funcionárias da Vila Olímpica (onde foi realizado o exame) chegaram gritando com ele, dizendo “ele tem que sair daqui”. Foi a hora que ele se tocou — revelou.
Formado em Educação Física, Feliphe já foi nadador profissional por Vasco e por Botafogo, mas foi promovido ao quadro de profissionais da Ferj em 2018 e chegou a participar de partidas nas categorias de base e também nos profissionais.
Confira nota oficial da Ferj
“O Departamento de Arbitragem do Futebol do Rio de Janeiro (Deaf-RJ) lamenta profundamente o falecimento do árbitro Feliphe da Cunha da Silva, após cinco dias de internação em uma unidade hospitalar Estadual, motivada por um mal súbito durante a realização dos testes físicos de rotina, ao que estava acostumado e dos quais participaram outros 44 árbitros e assistentes, todos devidamente liberados por autorização e atestado médico para a prática de atividades físicas.
Prontamente atendido por UTI móvel, presente no local dos testes, foi imediatamente levado para a Unidade de Pronto Atendimento (UPA) mais próxima, onde foi imediatamente recebido, medicado e transferido na noite do mesmo dia (sábado, 4 de maio) para o Hospital Estadual Dr. Ricardo Cruz, em Nova Iguaçu, seguindo os protocolos médicos e administrativos regulamentares, em condição clínica estável e lúcido (sic), acompanhado de perto por membro do DEAF-RJ durante todo o tempo.
O Departamento de Arbitragem está consternado com o falecimento de um dos seus membros que, apesar dos seus poucos 30 anos, dos quais praticamente 9 dedicados a arbitragem, sempre demonstrou princípios éticos elevados, postura exemplar, dedicação profissional e os cuidados de saúde exigidos ao desempenho da função.
A Federação de Futebol do Rio de Janeiro decretou luto oficial e se solidariza, nesse momento de profunda dor, com familiares e amigos diante de tamanha e irreparável perda.”