Diante dos números de cidades devastadas e de mortos preferem aparecer com “críticas” ao governo
Nada escapa ao lamaçal do acanalhado jogo da baixa política. Nem a tragédia. Ao contrário, é nessas horas que figuras públicas mostram do que são capazes. Aqui mesmo em Alagoas, degenerados do Legislativo – estadual e municipal – surfam nas notícias do desastre climático que atinge o Rio Grande do Sul. Diante dos números de cidades devastadas e de mortos, preferem aparecer com “críticas” ao governo Lula.
Para sustentar acusações ridículas, essas tranqueiras desvirtuam fatos com a naturalidade e a frieza de psicopatas. A postura, numa mistura de cinismo e hipocrisia, ignora dados oficiais em nome de uma realidade paralela. Está claro que o governo federal mobilizou uma operação de guerra para fazer o necessário no enfrentamento da calamidade. Mas nanicos morais da política querem faturar com a dor e a morte.
São os mesmos que faziam piada com os milhares de vítimas na pandemia de Covid, durante o governo do entusiasta da tortura. Estão de olhos esbugalhados, de plantão em seus esgotos nas redes sociais, prontos para espalhar a pestilência de suas mentes perturbadas. Não é apenas a ideologia do quanto pior, melhor. Eles não ficam apenas na torcida. Eles vão a campo, decididos a obter “engajamento” à base de sem-vergonhice.
Nas últimas 48 horas, teve de tudo na selvageria da “direita moderada” com o objetivo de inventar escândalos de fantasia. Mentiras sobre falas de Lula que nunca existiram estão entre as picaretagens recorrentes. E não adianta o desmentido oficial. Um picareta que se preza não volta atrás – nem diante da desmoralização pública de suas safadezas. É a regra das gangs virtuais: minta até o fim, vale a “narrativa”.
A ligeireza de caráter afeta todos os níveis, escalões e esferas da política. A direção nacional do PSDB soltou uma nota inacreditável. O governador Eduardo Leite, no coração da tormenta, se revela um rapazinho amedrontado, não com os desafios a encarar, mas com a pressão do bolsonarismo. Em mais de uma ocasião, fez de tudo para esconder a atuação federal, mas deu um jeito de elogiar Tarcísio de Freitas. É um desalento.
Sobrou até para Madona. Da gang do PL a arruaceiros como Mamãe Falei, não foram poucos os que deram um jeito de arrastar o show do Rio para uma orquestração delirante. Augusto Nunes e Alexandre Garcia fizeram o mesmo. Mas o que diabos tem a ver a Madona com enchentes, alagamentos e desabrigados no sul do Brasil?
É lugar-comum, mas reitero a constatação: no ringue político, a verdade já era. O negócio é inventar, jogar na rede e abraçar a programada “viralização”. É com essa lógica que atuam vigaristas – com e sem mandato – para fazer valer seus interesses. E não importa que na maquinaria da vigarice esteja o sofrimento de tanta gente.