PM diz que intenção era atirar nas pernas de motorista após discussão

 

O policial militar Gedival Souza Silva, que está sendo julgado pela morte do motorista Fábio Jhonata da Silva, afirmou, durante depoimento em júri realizado na manhã desta sexta-feira (3), no Fórum do Barro Duro, em Maceió, que corria risco de morte no local do crime e que o objetivo era atirar nas pernas da vítima, e não, nas costas, após a discussão no trânsito.

Em um momento de “desespero”, ele conta que atirou em Fábio acreditando que ele também estava armado. “Ele voltou ligeiro [para o carro, após a discussão]. Quando vi ele voltar para o carro, também corri para o meu. Eu vi ele agachado. A posição dele era como se tivesse pegando algo com a mão direita. Eu pensei que ele ia pegar alguma arma, alguma coisa”, conta o policial.

Ao Juízo, ele contou que agiu como qualquer militar agiria, por mais preparado que fosse. “A pessoa vendo que o outro vai pegar alguma coisa, você tem que se preparar primeiro. Eu nervoso e ele também, por conta das discussões, e eu não sabia o que ele ia pegar. Por isso aconteceu”, disse.

Ainda durante o depoimento, Gedival ressaltou que a intenção era atirar nas pernas do motorista, mas como ele estava agachado, acabou acertando nas costas da vítima.

“No momento de desespero, eu atirei para pegar na parte das pernas para ver se ele parava. Como estava agachado, não pegou na parte das pernas. No momento, estava juntando pessoas; como ali é no centro da cidade, imediatamente, com medo de represália, peguei o carro e saí. Eu acreditava que corria risco de morte”, fala.

Ainda nesta sexta-feira, uma testemunha do crime, um policial militar que participou da ocorrência, afirmou que foi realizada uma vistoria no carro da vítima, mas nenhuma arma foi encontrada. O acusado, em sua defesa, alegou que matou Fábio por acreditar “piamente” que ele estivesse armado.

O julgamento estava marcado para o dia 22 de abril deste ano, mas foi adiado devido à ausência de três testemunhas consideradas imprescindíveis pela defesa, além da alegada falta de tempo para analisar o prontuário médico da vítima.

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