Com precisa atuação do Ministério Público autor de feminicídio é condenado a 25 anos de prisão
Mais um assassino de mulher foi condenado, em Maceió, após julgamento ocorrido nessa quinta-feira (25), no Fórum Desembargador Jairon Maia Fernandes, no Barro Duro em Maceió. Após sustentação bem respaldada pelo Ministério Público de Alagoas (MPAL), representado pelo promotor de Justiça Tácito Yuri que atua em júris da 8ª Vara Criminal, Leonardo Teixeira da Silva, 33 anos, recebeu pena de 25 anos de prisão em regime fechado. Ele matou cruelmente, por espancamento e afogamento, Cibele Maria de Melo, à época com 25 anos.
Foram três advogados tentando retirar de Leonardo Teixeira a responsabilidade pela barbárie, além de o mesmo negar veementemente a acusação a ele atribuída. Mas haviam provas suficientes e cabíveis que anularam todas as justificativas e álibis apresentados. Os irmãos de Cibele também foram ouvidos durante o julgamento, falaram das qualidades da irmã e reforçaram que ela fora atraída pelo criminoso ao local do feminicídio.
O motivo do crime, pontuou o promotor Tácito Yuri, deu-se tão somente porque a vítima havia decidido desmanchar o relacionamento com Leonardo Teixeira.
“Um crime bárbaro, planejado friamente, podemos observar o requinte de crueldade com a desfiguração do rosto da Cibele. Ele negou até o fim sua ação criminosa, mas havia imagens de câmeras que mostravam o réu descendo do veículo, na praia, sendo reconhecido, no mesmo local onde a vítima também desceu. A condenação foi justa, mesmo que não traga a vítima de volta aos seus familiares, mas saíram para casa com esse sentimento de que deram uma resposta à Cibele e à sociedade”, ressalta Tácito Yuri.
Entre as testemunhas esteve um rapaz que teria iniciado um relacionamento com Cibele há poucos dias antes de ela ser assassinada. Ele contou que na véspera da barbárie eles estavam juntos e notou que a vítima ficara angustiada com uma sequência de telefonemas recebidos. Cibele já havia relatado sobre seu envolvimento com Leonardo, mas disse ter-se arrependido. Perguntado se ela , nalgum momento, teria pedido dinheiro para garantir o relacionamento afirmou que nunca houve tal abordagem.
“Estávamos nos conhecendo melhor, mas um dia antes de ela morrer passamos a noite juntos, mas por volta das cinco horas da madrugada ela se levantou apressada dizendo que tinha que ir pra casa. No mesmo dia, ela ligou avisando que ia sair pra resolver umas coisas e depois só soube que tinha sido encontrada morta. Ela era uma pessoa educada, carinhosa, tinha conhecido a minha mãe e inclusive se oferecido para cuidar dela que tem um probleminha de saúde. Por conta disso minha mãe passou a gostar dela. Durante uma conversa nossa ela me disse sobre esse envolvimento, mas que tinha se arrependido e ele não aceitava. E que havia oferecido até quatrocentos reais para ela voltar com ele”, declarou a testemunha.
O conselho de sentença pôde ver foto de Cibele em vida e também dela morta para que tivessem como avaliar o grau de crueldade ao qual foi submetida antes de morrer. O rosto da jovem ficou desfigurado. Cibele deixou três filhos.