O “tio Paulo”, como ficou conhecido, tinha 68 anos, e era motorista de ônibus. Ele tinha quatro irmãos, que moravam em outros estados e com quem ele praticamente não tinha contato. Paulo morava com Erika e três dos seis filhos dela em Bangu, na Zona Oeste do Rio.
Familiares apontam que Paulo Roberto não deixou herdeiros, nunca teve filhos, nem se casou, apesar de ter tido companheiras ao longo da vida. E que foi acolhido pela parte da família mais próxima à sobrinha Erika, com quem vivia havia 15 anos.
“Ele era o cara da família. Mesmo, estava sempre com todo mundo”, diz Jairo, irmão da Erika. “Uma excelente pessoa, mas tinha essa dificuldade na relação com o álcool”, relatou o ex-marido da sobrinha, José Geraldo Santos.
Segundo a família, a saúde dele piorou por causa de complicações com a bebida, chegando, inclusive, a perder parte de sua mobilidade. Os parentes apontam que, nas suas últimas semanas de vida, já estava bastante debilitado e mal conseguia andar. E que Erika era responsável por boa parte dos cuidados dele.
Paulo roberto vivia sem nenhuma renda até agosto do ano passado, quando passou a receber um benefício do governo federal para idosos com mais de 65 anos e de baixa renda, o LOAS. O valor é de um salário mínimo.
No depoimento à polícia, Erika disse que percebeu que o tio parou de responder no momento que ele recebeu atendimento dos funcionários da agência bancária. A defesa entrou com um pedido de revogação da prisão preventiva, mas não há prazo para resposta.
Em 2022, um médico pede internação psiquiátrica da paciente. Disse que ela é dependente de sedativos, tem quadro de depressão, pensamentos suicidas e alucinações auditivas.