De palacete do governador ao 1º hotel litorâneo de Maceió: saiba a história do prédio que será demolido nesta segunda
Os destroços de um prédio que invadiram um trecho da Avenida da Paz já pertenceram, um dia, ao grandioso Hotel Atlântico. Na parte externa, não há mais fachada, somente muros pichados. Internamente, o que sobrou dos cômodos deu espaço a espécies de plantas que crescem livremente e já ultrapassam, até mesmo, os limites verticais da estrutura. Apesar da destruição e do abandono ao longo dos anos, o antigo hotel já foi símbolo de respeito na orla de Maceió.
Mas antes de vivenciar os tempos de glória e ser ponto de referência aos turistas que desembarcavam no litoral do estado, o prédio serviu como Quartel General da Inspeção Permanente do Exército, a partir de outubro de 1910, quando era ocupado pelo general de divisão Francisco da Rocha Callado, nascido em Alagoas.
Anos depois, a chave do imóvel foi vendida ao doutor Levino David Madeira, que era casado com Rosa de Lyra Madeira – filha do coronel Carlos Lira, na época, proprietário do jornal Diário de Pernambuco. Inclusive, no portão de ferro da entrada constava as iniciais L e M, clara referência a Levino Madeira.
Casa de Veraneio dos governadores e a mudança para hotel – Na década seguinte, o governo do estado aproveitou as instalações do imóvel, que passou a funcionar como uma Casa de Veraneio dos governadores. Mas pouco tempo durou até o palacete voltar às mãos dos antigos proprietários, quando ficou por anos fechado.
E a reabertura foi com estilo: o antigo casarão deu lugar ao Hotel Atlântico, o primeiro da história de Maceió na faixa litorânea da cidade. As instalações eram exploradas por Adib Rabay, o mesmo proprietário do Hotel Aurora e Bella Vista Palace Hotel. Este último foi considerado como um dos mais bonitos do Brasil pelo embaixador português e dramaturgo Júlio Dantas, quando ficou hospedado por lá no ano de 1924.