‘Guerra Civil’: polêmico filme com Wagner Moura estreia no Brasil após sucesso nos EUA

 

Nos últimos anos, a produtora A24 acumulou vitórias no Oscar – incluindo as quatro categorias principais em 2023, quando se tornou a primeira da indústria a ter realizado este feito. De Tudo Em Todo Lugar Ao Mesmo Tempo à Zona de Interesse, a empresa fundada em 2012 ganhou o público por apresentar filmes com ares mais independentes. Mas a estratégia de como escolher novos projetos parece ter mudado. Nesta quinta (18), estreia nos cinemas Guerra Civil, o primeiro mais próximo de um blockbuster (produzido para levar multidões às telonas) do estúdio, que tem no elenco o ator brasileiro Wagner Moura.

A produção promete trazer ação do primeiro nível inserida dentro de um cenário vorazmente realista. A trama é ambientada em um mundo distópico, onde os Estados Unidos vivem uma guerra civil.

Qual a história de Guerra Civil?

Na trama, os Estados Unidos vive sua primeira guerra civil desde 1865. Alianças entre estados, como Texas e Califórnia, são formadas na tentativa de derrubar o presidente (Nick Offerman) – um fascista que está há três mandatos no poder e que fechou qualquer instituição que lhe pudesse tirar de lá por meios legais.

Em meio a possibilidade do Governante cair ou ser retirado forçosamente, um grupo de jornalistas – formado, principalmente, por Lee Smith (Kirsten Dunst) e Joel (Wagner Moura) – cruzam o país até Washington D.C., porque uma entrevista exclusiva com o presidente que está prestes a ser removido ou até mesmo ser assassinado parece ser o grande furo de reportagem que falta do conflito.

Mas a dupla não está só! Eles são acompanhados por um jornalista bem mais experiente, Sammy (Stephen Henderson), que trabalha no The New York Times e é amigo de longa data da dupla, e pelo oposto, Jesse – uma garota jovem que aspira ser uma fotojornalista de guerra assim como Lee.

O grupo viaja pelos Estados Unidos enquanto precisa registrar a dura realidade do conflito e sobreviver durante o cenário violento nas ruas do país.

Polêmica e a ode ao jornalismo

Não é uma surpresa que abordar uma guerra civil nos Estados Unidos em pleno ano de eleições presidenciais iria criar um burburinho, principalmente dentro do país que está cada vez mais polarizado na política.

O material de divulgação do filme foi alvo de discussões nas redes por apresentar uma simulação de uma nova guerra, principalmente após os conflitos nos últimos anos, como o ataque ao Capitólio, em 2021.

Em entrevista,  o diretor Alex Garland comentou sobre as acusações que vem recebendo, mas se defende falando que o intuito do filme não é entrar na divisão política dos EUA.

A coisa mais verdadeira que eu diria sobre isso é que, honestamente, não sei se é responsável ou irresponsável porque precisaria saber muitas coisas que não sei para poder responder a essa pergunta. Mas o que eu acho é que há uma contradição, um contraponto a isso, que é: ‘Qual é a consequência de não dizer as coisas? Qual é a consequência do silêncio? De silenciar-se ou silenciar outras pessoas?’ (Alex Garland)

Garland reitera que o filme é uma ode ao jornalismo e faz um alerta ao público. “O filme é sobre jornalismo. É sobre a importância do jornalismo. É sobre reportagem. O filme tenta funcionar como repórteres antiquados. Essa é a coisa número 1”, diz o diretor.

“Basta um simples reconhecimento de que este país, o meu país, muitos países europeus, países do Médio Oriente, da Ásia, da América do Sul, todos têm políticas populistas e polarizadas que estão causando e ampliando divisões extremas, e o estado final do populismo é o extremismo e depois fascismo”, completou.

Recorde e sucesso nos EUA

Antes mesmo de lançar, Guerra Civil já bateu recordes. O longa é o mais caro da história da A24, com um orçamento de U$ 50 milhões – fora o marketing. O valor superou Beau Tem Medo, que custou US$ 35 milhões.

Nos EUA, a produção estreou na última semana diretamente no topo das bilheterias, com gigantes U$25.7 milhões, superando grandes nomes como Godzilla e Kong: Novo Império ($15.5 mi) e Ghostbusters: Apocalipse do Gelo ($5.7 mi).

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