Júri condena réu a mais de 37 anos por matar Joana Mendes


O réu Arnóbio Cavalcante foi condenado a 37 anos, 2 meses e 7 dias de prisão pela morte da ex-mulher, a professora Joana Mendes, com 32 facadas, sendo 30 delas no rosto. O crime ocorreu em 2016, em Maceió, e o júri popular começou nessa segunda-feira (1º), no Fórum do Barro Duro, e terminou na madrugada desta terça-feira (2). O condenado também terá que pagar R$ 150 mil de indenização por danos morais..

O júri começou às 8h e só terminou por volta das 1h30 desta terça-feira (2). O Ministério Público Estadual (MPE) sustentou a tese de homicídio triplamente qualificado, praticado por meio cruel, que impossibilitou defesa da vítima, caracterizando o crime como feminicídio.

O primeiro a depor foi o tio do acusado, Hudson Cavalcante Ferreira. Ao júri, ele contou que o sobrinho tomava medicamentos para estabilizar o humor. Segundo ele, Arnóbio o ligou no dia do crime para informar que tinha “feito uma besteira”.

A amiga confidente de Joana Medes, Daniela Barretos, se opôs à fala do tio de Arnóbio sobre ele usar medicamentos. “Ele não é louco, ele é mau, é cruel”, disse ela ao júri.

Segundo Daniele, as redes sociais de Joana eram estritamente monitoradas por seu ex-marido, que, frequentemente, manipulava seu celular. Ela relatou episódios em que percebia sinais físicos de abuso, em que Joana apresentava manchas roxas nos braços e pernas, e como esses incidentes afetavam não apenas Joana, mas também seu filho, que se tornou mais retraído devido à violência testemunhada em casa.

O júri popular estava marcado para ocorrer em 18 de dezembro de 2023, mas, diante do cumprimento de um mandado de prisão do acusado, quatro dias antes, foi remarcado para 1º de fevereiro deste ano, sendo a novamente adiado na data.

Juliana Mendes, irmã da vítima, antes do julgamento começar, disse que a condenação de Arnóbio seria o presente de aniversário do pai dela.

“Hoje, 1º de abril, a gente só tem como meta o dia da verdade. Amanhã é aniversário do meu pai e o único presente que a gente pode esperar é que ele receba a condenação desse criminoso, desse feminicida, com a pena máxima”, disse Juliana Mendes.

Arnóbio Cavalcante ficou em silêncio durante interrogatório.

O julgamento chegou a ser suspendo por alguns minutos, quando Arnóbio Cavalcante afirmou que seu advogado não atuaria mais na defesa. Mas, segundo o Ministério Público de Alagoas (MP/AL), ele voltou atrás após o juiz indicar que chamaria um defensor público.

O crime ocorreu em 2016. Joana Mendes deixou o filho mais novo na escola e foi ao encontro do ex-companheiro. Ele a convenceu de que queria conversar com ela pessoalmente para assinar o divórcio e regulamentar a pensão do filho do casal.

Joana Mendes havia tomado a iniciativa para se divorciarem, mas o homem não aceitava a separação.

Ela foi morta a facadas, a maioria delas no rosto, dentro de próprio carro, que foi abandonado no bairro do Poço. O corpo dela foi encontrado no dia seguinte, dentro do veículo.

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