Gabigol recebe suspensão de dois anos por suposta tentativa de fraude em exame antidoping
Após um julgamento concluído nesta segunda-feira (25) no Tribunal de Justiça Desportiva Antidopagem (TJD/AD), o atacante Gabigol foi sancionado com uma suspensão de dois anos. A defesa do jogador já está planejando recorrer à Corte Arbitral do Esporte (CAS).
A acusação contra Gabigol foi baseada no artigo 122 do Código Brasileiro Antidopagem, cuja punição máxima é uma suspensão de quatro anos.
O julgamento que resultou na condenação do jogador do Flamengo ocorreu em duas etapas. Na semana passada, a sessão foi interrompida após cinco horas de duração e foi retomada nesta segunda-feira.
Caso a punição seja mantida após o recurso, ultrapassará o período restante do contrato de Gabigol com o Flamengo, que expira em 31 de dezembro de 2024.
A DENÚNCIA – O incidente que desencadeou o processo contra Gabigol ocorreu em 8 de abril de 2023, véspera de um jogo contra o Fluminense pela final do Carioca. A Autoridade Brasileira de Controle de Dopagem realizou um teste surpresa, fora de competição, no Ninho do Urubu, CT do Flamengo.
Os oficiais de controle de dopagem relataram diversas situações desfavoráveis relacionadas a Gabigol:
- O jogador não se aproximou dos oficiais antes do treino e ignorou-os após o treino, preferindo ir almoçar sem realizar o exame.
- Gabigol demonstrou desrespeito à equipe, indignado por ser constantemente selecionado para os exames.
- Segundo relatos, Gabigol estava visivelmente irritado e utilizou linguagem inadequada.
Após essa controvérsia inicial, Gabigol apareceu posteriormente sem aviso prévio e pegou o recipiente para coleta de urina sem comunicação prévia. O oficial de controle teve que persegui-lo até o banheiro.
Os oficiais devem manter contato visual durante a coleta de urina para garantir a integridade do processo. No entanto, há relatos de que Gabigol tentou ocultar suas partes íntimas durante o procedimento.
Além disso, Gabigol entregou o recipiente aberto, o que contrariou as instruções do oficial de controle.
Naquele dia, Gabigol não foi o único jogador testado; outros jogadores do Flamengo também passaram pelo exame.
Portanto, o atacante foi acusado de “fraude ou tentativa de fraude em qualquer parte do processo de controle de doping”.
A DEFESA – Durante o processo, a defesa de Gabigol argumentou que o comportamento do jogador não configurava tentativa de fraude.
Em relação ao momento da coleta após o treino, a defesa afirmou que deveria ser aguardado um período mínimo de duas horas para evitar que as taxas biológicas fossem afetadas pelo esforço físico, garantindo resultados precisos.
O advogado do jogador ainda argumentou que, se a entrega do recipiente estivesse em desacordo com as normas técnicas e de segurança, caberia aos oficiais recusá-la e exigir uma nova coleta, o que não ocorreu.