Senador Rodrigo Cunha critica “acordo” da Braskem com famílias vítimas
O senador alagoano Rodrigo Cunha (Podemos) expressou duras críticas ao que chamou de “acordo” imposto pela Braskem às famílias afetadas pelo afundamento do solo nos bairros do Pinheiro, Mutange, Bom Parto e Bebedouro. Durante sua participação na Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Braskem, Cunha destacou que a mineradora adquiriu centenas de imóveis e se tornou uma das maiores “latifundiárias urbanas do mundo” através dessa negociação.
Cunha enfatizou que o que aconteceu não pode ser considerado um acordo verdadeiro, pois foi imposto às famílias sem alternativa de negociação. Ele ressaltou que as pessoas foram obrigadas a sair de suas casas sem opção: ou aceitavam o que a Braskem oferecia ou ficavam sem ter para onde ir. O senador ainda mencionou que havia elementos de uma “venda casada”, já que as pessoas eram forçadas a aceitar o valor determinado pela mineradora e abdicar do dano moral sofrido.
Na visão do senador, a Braskem se aproveitou do desespero dos moradores para obter vantagens. Ele criticou a cláusula do acordo que tornava a empresa proprietária dos imóveis das vítimas após o pagamento da indenização, destacando isso como uma das maiores contradições e injustiças do crime ambiental ocorrido.
Rodrigo Cunha defendeu a revisão do acordo firmado entre a Braskem e os moradores, com o objetivo de aumentar os valores e as compensações recebidas pelas famílias afetadas pela tragédia ambiental. Ele endossou o posicionamento dos defensores públicos que atuam no caso, os quais afirmaram que os acordos indenizatórios individuais foram os possíveis naquele momento, mas não estão imunes a uma revisão posterior.
“Este posicionamento dos defensores é correto e combativo. Eu apoio esta revisão. Precisamos fazer justiça”, concluiu o senador.