Acusados de matar e enterrar corpo de jovem em Marechal são libertados por falta de provas
Nesta terça-feira (19), a Justiça decidiu rejeitar a denúncia do Ministério Público de Alagoas (MPAL) e ordenou a libertação dos quatro indivíduos acusados do homicídio e ocultação de cadáver do jovem Richard Yuri Brito dos Santos, de 18 anos, cujo corpo foi descoberto em uma cova profunda no município de Marechal Deodoro no mês passado. O jovem estava desaparecido desde a segunda-feira de carnaval.
Apesar de um dos acusados ter confessado o crime, a juíza Priscilla Emanuelle de Melo Cavalcante, responsável pela decisão, argumentou a “ausência de prova de materialidade do crime”.
A magistrada apontou que não há nos registros o laudo de exame cadavérico que comprove a identificação do corpo encontrado como sendo o de Richard Yuri Brito dos Santos, “uma vez que o Boletim de Identificação de Cadáver indica um corpo não identificado”.
“É importante ressaltar que nem mesmo a confissão do acusado é suficiente para comprovar o crime de homicídio, sendo necessário o corpo devidamente identificado como prova. Portanto, é sabido que a denúncia deve ser embasada em um conjunto mínimo de provas essenciais para estabelecer a justa causa, e não deve, em circunstância alguma, ser considerada precipitada”, destacou um trecho da decisão.
O DESAPARECIMENTO
Richard Yuri desapareceu em 12 de fevereiro deste ano, em Marechal Deodoro. Os suspeitos detidos, com idades entre 19 e 28 anos, tiveram um deles confessando o crime, alegando não estar envolvido no assassinato e que foi coagido a participar da ocultação do cadáver.
Segundo a delegada Liana Franca, o jovem teria sido vítima de uma execução a mando da facção criminosa Comando Vermelho, suspeitando-se que ele fosse um informante para a polícia.
Inicialmente, duas pessoas supostamente ligadas ao crime foram detidas, uma foi liberada e a outra está foragida. Durante a audiência de custódia dos dois detidos, a Justiça ordenou a prisão preventiva de todos eles.
“Ao comparecer à delegacia, um dos suspeitos estava acompanhado de um advogado, e os outros dois foram presos após uma operação policial. Um deles admitiu sua participação, alegando que a vítima era um informante, enquanto o outro negou qualquer envolvimento”, informou a autoridade policial.
O corpo de Richard foi descoberto após uma busca intensiva liderada pelo Corpo de Bombeiros Militar, que mobilizou cães farejadores durante a operação.
