Polícia Federal indicia Bolsonaro, Cid e deputado por fraude em certificados de vacinação
A Polícia Federal concluiu uma das investigações mais complexas e avançadas envolvendo a falsificação de certificados de vacinação contra a Covid-19, resultando no indiciamento do presidente Jair Bolsonaro, seu ex-ajudante de ordens e delator, Mauro Cid, e o deputado federal Gutemberg Reis (MDB-RJ). Os crimes atribuídos incluem associação criminosa e inserção de dados falsos em sistema de informação.
A apuração, que ainda se encontra sob sigilo, deve agora ser submetida à Procuradoria-Geral da República (PGR) para avaliação sobre uma possível denúncia contra os envolvidos. Outros nomes citados na investigação também podem ter sido indiciados pela PF, mas essas informações ainda não foram confirmadas.
Mauro Cid, em sua delação premiada, implicou diretamente Bolsonaro na ordem para falsificação dos atestados. Durante as diligências, a PF encontrou evidências do crime tanto na residência de Cid quanto nos dispositivos eletrônicos de outros investigados, como o militar Ailton Barros, responsável por incluir os dados falsos no sistema do SUS a partir da prefeitura de Duque de Caxias, no interior do Rio de Janeiro, onde mantinha em sua residência provas do delito.
As investigações revelaram uma série de mensagens trocadas pelo WhatsApp, fornecendo um panorama detalhado da dinâmica do crime. Após a inserção fraudulenta dos dados no sistema do SUS, foi emitido um certificado falso para Bolsonaro, a partir de um computador supostamente utilizado por Mauro Cid, dentro do Palácio do Planalto. Esse episódio ocorreu em dezembro de 2022, pouco antes de Bolsonaro e sua comitiva embarcarem para férias nos Estados Unidos.