Famílias em desespero: Longas esperas e sepultamentos precários nos cemitérios de Maceió

A espera dolorosa para sepultar entes queridos nos cemitérios públicos de Maceió tem gerado indignação e revolta entre as famílias, conforme denúncias recentes recebidas pela Defensoria Pública de Alagoas (DPE-AL). Algumas famílias relatam ter aguardado até três longos dias para o sepultamento, enquanto, em muitos casos, os corpos são enterrados em covas rasas e inadequadas.

A Prefeitura de Maceió, responsável pela gestão dos cemitérios públicos, divulgou uma nota afirmando que o prazo máximo para sepultamento é de 24 horas, desde que os documentos exigidos estejam em ordem. Além disso, disponibilizou canais de comunicação para denúncias através dos números 0800 082 2600 e whatsapp 98802-4834.

No entanto, segundo relatos da Defensoria, a falta de vagas nos cemitérios tem causado transtornos e ampliado o sofrimento de diversas famílias carentes na cidade. Em 2020, a prefeitura proibiu novos sepultamentos no Cemitério Santo Antônio, em Bebedouro, devido ao afundamento do solo causado pela mineração.

O professor José Balbino, membro da Associação do Movimento Unificado das Vítimas da Braskem, expressou sua preocupação com a situação precária e a superlotação dos cemitérios em Maceió. Ele destacou que os cemitérios estão saturados, obrigando as famílias a esperarem dias para enterrar seus entes queridos, uma situação considerada absurda.

Uma reunião realizada na segunda-feira (11) cobrou ações imediatas para a abertura de novos jazigos na capital. A Defensoria solicitou informações e prazos da obra de ampliação do Cemitério São Luiz à secretaria de Infraestrutura (Seminfra) e à Autarquia de Desenvolvimento Sustentável e Limpeza Urbana (Alurb).

Além disso, a Defensoria solicitou a determinação de um prazo para a construção do novo cemitério municipal, cuja aprovação ocorreu no final do ano passado pela Câmara de Vereadores. As respostas devem ser fornecidas em uma próxima reunião com a Defensoria, agendada para o dia 21.

Caso a situação persista, a DPE reforçou a necessidade de a Prefeitura contratar, de forma urgente, jazigos em cemitérios particulares para realizar sepultamentos enquanto a falta de vagas nos cemitérios municipais perdurar.

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