Desmistificando a virgindade: Compreendendo um conceito complexo em uma sociedade influenciada por tabus
A afirmação de Beatriz, participante do BBB 24, sobre não poder usar absorventes internos por ser virgem, levantou questões sobre o conceito preciso de virgindade e por que ainda é um tema carregado de tabus e incertezas.
De acordo com o dicionário, “virgindade” refere-se ao estado de alguém que ainda não teve relações sexuais. No entanto, não há uma definição clara do que constitui “sexo”, já que práticas consideradas preliminares, como sexo oral e masturbação, também podem ser vistas como formas de atividade sexual.
A terapeuta sexual Alessandra Araújo destaca a influência de uma sociedade machista e centrada no falo, na qual muitas pessoas só consideram sexo aquilo que envolve penetração. No caso das mulheres, há a associação da virgindade ao hímen, uma membrana fina na entrada da vagina que é tradicionalmente rompida durante a penetração.
Esse contexto alimenta o “mito da virgindade”, no qual as pessoas, principalmente mulheres, são avaliadas com base em padrões específicos de pureza sexual. O hímen, por sua vez, é frequentemente utilizado como uma “prova” de virgindade, apesar de sua natureza questionável, uma vez que pode se romper por diversas razões que não envolvem sexo.
Quanto ao momento certo para perder a virgindade, o sexólogo Danilo Galante ressalta que isso é uma experiência individual, e não há um padrão a ser seguido. O mais importante é que a pessoa se sinta confortável e preparada emocionalmente para essa decisão.
Em resumo, compreender a virgindade requer uma análise crítica dos valores e crenças impostos pela sociedade, bem como o reconhecimento da individualidade e autonomia de cada pessoa em relação à sua sexualidade.