Alagoas lidera redução de feminicídios no Nordeste
Os esforços intensivos de Alagoas na prevenção da violência doméstica e na ampliação do suporte às mulheres vítimas resultaram em uma queda significativa de 38,7% nos casos de feminicídios em 2023, em comparação com o ano anterior. Esta estatística, revelada em um estudo divulgado pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública nesta quinta-feira (7), posiciona Alagoas como o estado líder na redução deste crime no Nordeste.
De acordo com os dados apresentados pela Secretaria de Estado da Segurança Pública, houve 19 casos de feminicídio registrados em 2023 em território alagoano, em contraste com os 31 do ano anterior. Em comparação com os números de 2016, o estado conseguiu uma redução ainda mais expressiva, diminuindo os casos em 47,2%. Na região, o segundo estado com maior queda foi o Maranhão, com uma diminuição de 31,9%.
Comparando os números por estado, Alagoas ficou em segundo lugar no ano passado, atrás apenas do Amapá, que reduziu o número de feminicídios de 8 para 4 (-50%). A taxa de 1,2 mulher morta para cada grupo de 100 mil habitantes em Alagoas ficou abaixo da média nacional e regional, que ficaram em 1,4.
O secretário de Segurança Pública de Alagoas, Flávio Saraiva, enfatizou que a redução é resultado do trabalho integrado entre as forças de segurança, focando em ações preventivas e repressivas.
“O número de feminicídios registrado em Alagoas foi o menor dos últimos oito anos. Se compararmos com o último ano antes da pandemia (2019), a redução deste tipo de crime passa de 56%. As forças de segurança estão trabalhando ainda mais unidas para combater a violência contra as mulheres em razão do gênero, criando estratégias bem pensadas e taticamente viáveis, como operações conjuntas, uso especializado dos canais de denúncia, reforço no atendimento humanizado às vítimas de violência doméstica e o acompanhamento das mulheres que ingressam com o pedido das medidas protetivas”, avaliou.
Flávio Saraiva também destacou os investimentos realizados, com apoio do Governo Federal, para enfrentar a violência de gênero.
“Criamos a Delegacia da Mulher 24 horas, estamos expandindo o serviço, aumentando o número de Salas Lilás nos Centros Integrados de Segurança Pública, capacitando mais de nove mil agentes de segurança com o primeiro curso de atendimento às vítimas de violência doméstica e familiar, e a Comissão Mulher Segura fez parceria com a AMA [Associação dos Municípios de Alagoas] para instruir a comunidade escolar sobre os tipos de violência e, consequentemente, alertar e apoiar no que for preciso. Além disso, lançamos, em nosso estado, junto ao Ministério da Justiça e Segurança Pública, o Pronasci 2, que tem o objetivo de articular ações de segurança pública, principalmente no enfrentamento à violência contra a mulher, recebendo inclusive viaturas para serem usadas pela Patrulha Maria da Penha e delegacias da Mulher, e tem verba do Fundo Nacional de Segurança Pública sendo destinada com foco neste trabalho, que tem sido um dos focos da atual gestão”, concluiu Flávio Saraiva.