FOMO: medo de perder oportunidades pode ter origem sexual, diz estudo
Já ouviu falar de FOMO? A sigla vem da expressão fear of missing out, em inglês, e significa o medo de ficar de fora de algum evento, tendência ou encontro. Muito conectado às redes sociais, o fenômeno se manifesta quando vemos fotos de lugares em que gostaríamos de estar, gerando sensação de ansiedade e exclusão.
Porém, um estudo feito por antropólogos e psicólogos da Universidade de Nipissing, no Canadá, e da Universidade de Boston, nos Estados Unidos, publicado em 2023 na revista científica Current Research in Behavioral Sciences, indica que a origem do FOMO pode estar associada à sexualidade e à libido.
Os pesquisadores sugerem que, como qualquer sensação de inveja, o FOMO vem do desejo de estar na melhor posição social possível — uma competitividade entre humanos que, para eles, parte do instinto de estar no radar dos melhores parceiros sexuais em potencial.
Participaram do estudo 327 homens e mulheres heterossexuais com idades entre 19 e 60 anos. Eles receberam um questionário para medir o nível de FOMO que sentiam — os participantes tinham que dizer se concordavam, em sete níveis que iam de totalmente sim à absolutamente não, com afirmativas como “me incomodo quando perco oportunidades de encontrar amigos”.
Entre as afirmativas, também havia frases sobre comportamento sexual e de competição por status. Alguns exemplos eram “quero ser melhor que outras pessoas do meu sexo” e “espero que as pessoas reconheçam o meu êxito”.
Instinto sexual da FOMO
As pessoas que se relacionavam mais com afirmativas da FOMO eram as que também marcavam mais conexão com as frases pensadas para avaliar a disputa por parceiros sexuais. Os participantes também foram convidados a enumerar parceiros sexuais que já tiveram no passado.
Embora a frequência sexual não tenha sido associada à FOMO, os pesquisadores indicam que a vontade de ser desejado sexualmente e admirado economicamente estava diretamente conectada ao medo de ficar de fora.
Curiosamente, mulheres que tinham maior apoio social, como um grupo sólido de amigos, tinham menos FOMO, enquanto homens que registraram ter mais suporte eram ainda mais afetados pela sensação de ansiedade.
“Os níveis mais elevados de FOMO foram identificados nos adultos que expressaram desejo intenso de competir com outras pessoas do mesmo sexo por recursos materiais e reprodutivos e que buscavam mais sexo a curto prazo”, concluíram os investigadores.