Conheça os Voduns: Divindades Africanas celebradas no enredo da Viradouro
Por Alessandra Conceição
Os Voduns, divindades Jejes citadas no enredo vitorioso da Viradouro no Carnaval, têm suas origens no antigo Dahomé, atual República do Benin. O culto a essas divindades nasceu em torno do rei Hamilé, que, após sua morte, foi divinizado por seu povo, tornando-se uma figura sagrada. O trono desse rei era sustentado por serpentes de cobre, simbolizando a conexão entre o reino e as divindades serpentinas.
Um dos principais Voduns é Gbèsèn, também conhecido como Dan, a serpente sagrada. Seu culto é marcado por oferendas como o Agbadé wèwé vǐvǐ (milho branco adoçado) e é reverenciado principalmente nas segundas-feiras, junto com outras divindades como Sakpata e Nàná. Suas cores, branco e amarelo, simbolizam dignidade e atraem entendimento.
O culto aos Voduns é guardado por sacerdotisas, mulheres guerreiras que mantêm os segredos e tradições, como Ludovina Pessoa, descendente dessas guerreiras e fundadora de Terreiros na Bahia, como o ƙwé Séja Ɦʊ̀ɲɗe, em Cachoeira, e Zoogodô Bogum Malê Rundó, em Salvador.
A saudação “Aɦò bòbòy!” e a invocação “Míkpá Vodun Dangbé!” são exemplos da riqueza cultural e espiritual dos Voduns, que continuam a ser celebrados e honrados por suas comunidades ao redor do mundo.