“Família: vínculo que cura e salva, vínculo que adoece e exclui”

Uma reflexão muito importante sobre os diferentes papéis que a família pode desempenhar em nossas vidas.

A ideia de família foi construída em cima de um vínculo de amor, união e muito respeito. Os nossos familiares são as pessoas que nos permitem existir neste mundo, e as primeiras referências de caráter e personalidade que conhecemos.

Quando pensamos em família, automaticamente vêm à nossa mente pais, irmãos, avós, tios e demais pessoas que devem ser os nossos companheiros de jornada, ensinando-nos tudo de que precisamos saber para levar uma vida correta, ao mesmo tempo em que nos oferecerem todo o apoio quando nos deparamos com a dificuldade da vida.

Em um mundo ideal, todas as famílias seriam saudavelmente estruturadas e só pensariam em ter filhos quando fossem realmente capazes de tomar conta deles da maneira certa, seja financeira ou emocionalmente, mas infelizmente não é assim em muitos casos.

Existem pessoas “sortudas”, que nasceram em famílias preparadas, com pais maduros e bem organizados, que sabem conduzir a sua educação de uma maneira sábia, não depositando expectativas frustradas neles e sendo o seu apoio e ponto de paz enquanto se preparam para conquistar o mundo.

Outras porém encaram uma realidade completamente diferente. Para inúmeros homens e mulheres, a família não é sinônimo de amor e apoio incondicionais. Essas pessoas, desde muito jovens, são obrigadas a crescer num ambiente familiar extremamente tóxico, onde são vistas como um fardo, um motivo de infelicidade, e acabam tendo de se virar sozinhas.

Os traumas familiares, causados por parentes narcisistas, que praticam abuso emocional e físico, são as causas de depressão, ansiedade e infelicidade em diversos adultos, que mesmo já maduros não aprenderam a lidar bem com a vida, porque não receberam uma educação de qualidade.

Essas pessoas cresceram ouvindo que não são amadas e que a culpa de tudo que dá errado em suas casas é delas, porque nem mesmo deveriam ter nascido. Só quem já passou por isso e conviveu debaixo do mesmo teto com os seus maiores inimigos sabe muito bem que a família pode abrigar as pessoas que mais nos fazem mal na vida.

Por isso, é muito importante que o relacionamento familiar não seja romantizado ao extremo. Nem todos são abençoados com uma criação que impulsione a saúde mental e emocional, e não devemos comparar a nossa realidade com a daqueles que enfrentam diversas lutas todos os dias apenas para mostrar que são merecedores, porque vivem com pessoas que constantemente os colocam para baixo, em qualquer área da vida.

O conceito de família é sim muito lindo e especial, chega a ser inspirador e nos faz querer constituir os próprios vínculos, seja através de companheiros românticos e até mesmo de filhos, mas algo de que não podemos nos esquecer é que, ao mesmo tempo em que podem melhorar nossas vidas, os vínculos familiares também podem ser aquilo que nos puxa para baixo e nos traz infelicidade.

O vínculo familiar pode algo que cura e salva, dando-nos a coragem e a segurança necessárias para encarar o mundo de cabeça erguida, mas também o vínculo que nos exclui e adoece,  fazendo-nos acreditar que representamos o maior erro de nossos familiares, colocando-nos no fundo do poço.

Se você infelizmente nasceu em uma família em que precisa provar o seu valor o tempo todo, por favor, não se torture e magoe acreditando que nunca será bom o suficiente para merecer o seu amor.

Compreenda que você é perfeito assim como é e que se essas pessoas não são capazes de reconhecer isso, existem muitas outras mundo afora que dariam tudo apenas para tê-lo ao seu lado todos os dias. Não se engane acreditando que todas as famílias são perfeitas, coloque-se em primeiro lugar e construa a própria família do coração, feita de pessoas que realmente o amam por quem você é.

 

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