Dentista presa por deformar pacientes em cirurgias estéticas: investigação revela práticas ilegais

Por Alessandra Conceição

A dentista Hellen Kacia Matias da Silva foi indiciada pela Polícia Civil de Goiás por deformar pacientes em cirurgias estéticas, resultando em inflamações, cicatrizes e assimetrias nos resultados. A profissional está sob prisão preventiva desde (30) de janeiro, após a descoberta de que os procedimentos realizados por ela deveriam ser executados apenas por cirurgiões plásticos.

A investigação revelou que a clínica coordenada por Hellen, localizada no Setor Oeste em Goiânia, estava envolvida em práticas ilegais, como o exercício ilegal da profissão e a execução de serviços de alta periculosidade. A polícia identificou que 21 pacientes sofreram lesões corporais gravíssimas após os procedimentos estéticos.

Além disso, Hellen foi indiciada por infrações contra a saúde pública e as relações de consumo. A investigação constatou que ela comercializava cirurgias plásticas por meio de suas redes sociais, oferecendo preços abaixo do mercado e atraindo um grande número de pessoas. Também foi descoberto que ela ministrava cursos para outros profissionais da saúde realizarem essas cirurgias sob sua “supervisão”.

Na clínica da investigada, os policiais encontraram instrumentos cirúrgicos, anestésicos e medicamentos com prazo de validade expirado, além de irregularidades no alvará sanitário. Após apreensão do celular usado pela equipe da clínica, foram descobertos inúmeros casos de pacientes com deformações faciais após cirurgias realizadas por Hellen ou por seus alunos.

Depoimentos de mais de 10 vítimas e ex-funcionários confirmaram a realização de cirurgias proibidas em ambiente inadequado, gerando grave risco à integridade física dos pacientes. As testemunhas também relataram o descaso da dentista em relação às críticas ao seu trabalho e ao tratamento dispensado aos clientes.

A defesa de Hellen alega que os procedimentos foram realizados dentro das competências do cirurgião Buco Maxilo Facial e que houve melhora relatada pelos pacientes. No entanto, a polícia continua investigando o caso e analisando um possível pedido de soltura da acusada.

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