Deputado e ex-diretor da Abin, Alexandre Ramagem, é alvo da PF por suspeita de espionagem ilegal com software espião

Por Alessandra Conceição

Na manhã desta quinta-feira (25), a Polícia Federal (PF) deflagrou a Operação Vigilância Aproximada, tendo como principal alvo o deputado federal e ex-diretor-geral da Agência Brasileira de Inteligência (Abin), Alexandre Ramagem (PL-RJ). A ação investiga o uso de um programa espião chamado FirstMile, que teria sido empregado ilegalmente para obter informações de autoridades públicas.

Além de Ramagem, que também é delegado da PF, a operação abrange outros policiais federais suspeitos de integrar uma organização criminosa instalada na Abin, visando monitorar ilegalmente diversas personalidades. O software FirstMile, utilizado para tais atividades, permite o monitoramento de até 10 mil celulares a cada 12 meses, registrando históricos de deslocamento e emitindo alertas em tempo real.

A PF está cumprindo 21 mandados de busca e apreensão, incluindo o gabinete de Ramagem na Câmara dos Deputados e seu apartamento funcional em Brasília. Medidas cautelares diversas da prisão também estão sendo aplicadas, incluindo a suspensão imediata do exercício das funções públicas de sete policiais federais.

A Operação Vigilância Aproximada é uma continuação das investigações iniciadas pela Operação Última Milha em outubro de 2023. As evidências obtidas indicam que o grupo criminoso estabeleceu uma estrutura paralela na Abin, utilizando ferramentas e serviços da agência para ações ilícitas com o objetivo de produzir informações para uso político e midiático, proveitos pessoais, e até mesmo para interferir em investigações da Polícia Federal.

Os crimes em questão envolvem invasão de dispositivo informático alheio, organização criminosa e interceptação de comunicações telefônicas, de informática ou telemática sem autorização judicial ou com objetivos não autorizados em lei. O software espião FirstMile, que invade a infraestrutura crítica de telefonia brasileira, teria sido adquirido com recursos públicos, comprometendo a segurança e privacidade de milhares de cidadãos.

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