Impacto Econômico: Queda de 40% na entrada de argentinos pela fronteira terrestre brasileira afeta negócios locais
Por Alessandra Conceição
A entrada de argentinos pelo principal ponto de fronteira terrestre no Brasil, a Aduana de Uruguaiana, no Rio Grande do Sul, apresentou uma queda significativa de quase 40% no início deste ano. Este declínio, atribuído à instabilidade econômica e à política de preços do novo governo argentino, está impactando diretamente os negócios locais, especialmente no comércio.
O Rio Grande do Sul é a segunda maior porta de entrada de estrangeiros no país, ficando atrás apenas do Aeroporto Internacional de Guarulhos, em São Paulo. A professora de Relações Internacionais da PUCRS, Luana Geiger, destaca que os aumentos nos preços dos combustíveis, que subiram 90% desde o início do governo argentino, têm contribuído para a cautela dos argentinos em suas viagens.
Empresários locais, como Nádia Felin, dona de um minimercado próximo à ponte internacional, sentem diretamente o impacto da redução no movimento de turistas argentinos. Ela relata uma significativa queda no público, especialmente durante a época de férias, que costumava ser um período de grande movimentação.
A mudança nos padrões de consumo é evidente, e o bolso dos turistas argentinos é afetado. Marco Cassara, servidor público argentino, destaca as diferenças ao longo dos anos e menciona a necessidade de maior esforço financeiro para desfrutar das férias. A viagem de sua família, que antes era mais acessível, hoje demanda um investimento maior devido às alterações cambiais e à inflação.