Greve de 24 horas no Banco Central pode impactar serviços e projetos estratégicos

Por Alessandra Conceição

Os servidores do Banco Central (BC) iniciaram hoje (11) uma greve de 24 horas, organizada pelo Sindicato Nacional dos Funcionários do Banco Central (Sinal), com a participação esperada de mais de 70% dos funcionários. A paralisação tem como principal reivindicação melhorias na carreira, visando à equiparação com categorias semelhantes.

O Sinal alertou para a possibilidade de um “apagão” em todos os serviços do banco, destacando impactos no atendimento ao mercado e ao público, incluindo cancelamento de reuniões, manutenção em sistemas e atraso na divulgação de informações. Há preocupações específicas, como a potencial prejudicação na manutenção do PIX, podendo afetar a continuidade dos serviços, além de impactos em projetos em curso, como o da moeda digital, Drex, e na supervisão de Prevenção à Lavagem de Dinheiro e Financiamento do Terrorismo.

A greve, segundo o sindicato, é resultado da insatisfação dos servidores com o tratamento dado às suas demandas, especialmente em comparação com concessões feitas a outras categorias típicas de Estado. A nota do Sinal destaca a falta de diálogo e o que consideram um açodamento autoritário por parte do presidente do BC, Roberto Campos Neto, em questões relevantes, como a Proposta de Emenda Constitucional (PEC) da Independência do Banco Central.

Entre as reivindicações dos servidores estão reajuste nas tabelas remuneratórias, retribuição por produtividade, exigência de nível superior para o cargo de técnico e mudança no cargo de analista para auditor. O sindicato ressalta que, caso as negociações com o governo não avancem, a próxima etapa será a entrega dos cargos comissionados de chefia, prevista para a primeira quinzena de fevereiro.

A importância do Banco Central para a estabilidade econômica do país é destacada pelo Sinal, que apela ao governo para considerar equitativamente todas as carreiras estratégicas. A Agência Brasil procurou o BC para obter posicionamento sobre a greve e as negociações, mas a assessoria informou que o banco não irá se pronunciar a respeito.

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