Ações da Braskem (BRKM5) ignoram operação da PF e disparam 7% na sessão; Entenda os motivos

Por Alessandra Conceição

Mesmo diante de uma operação da Polícia Federal na sede da Braskem, as ações preferenciais série A da empresa (BRKM5) apresentaram um surpreendente aumento de 7,07% nesta quinta-feira (21), alcançando o valor de R$ 21,05. O movimento contraria a lógica usual de reação do mercado a eventos como esse.

A operação da Polícia Federal tinha como objetivo investigar a exploração de sal-gema em Maceió, cidade que tem enfrentado desafios relacionados à instabilidade do solo e afundamento de bairros devido às atividades da Braskem. No entanto, analistas apontam que a alta das ações pode ser explicada por dois fatores adicionais.

O primeiro motivo é o comunicado da Defesa Civil de Maceió indicando que a mina 18 da Braskem, anteriormente ameaçada de colapso, está agora em fase de estabilização. Especialistas interpretam essa notícia como um sinal positivo para a redução dos riscos de incidentes adicionais na região.

O segundo fator é a notícia relacionada ao interesse da Petrobras (PETR4) em ampliar sua participação na Braskem, atualmente em 36,1%. A Novonor, detentora de 50,1% do capital social, manifestou interesse em vender sua participação na empresa. O governo federal, no entanto, sinalizou que não permitirá um fatiamento da petroquímica, o que impulsionou as ações da Braskem na quarta-feira.

Apesar dos motivos que impulsionaram as ações, a cautela persiste. O Bradesco BBI destaca que a investigação da PF pode levar a Braskem a aumentar suas provisões, impactando potenciais acordos de fusões e aquisições, cuja concretização pode demandar tempo devido às investigações do Congresso previstas para o início de 2024.

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