Setor de serviços brasileiro apresenta inesperada queda de 0,6% em Outubro, indicando desafios persistentes

Por Alessandra Conceição

O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou hoje que o setor de serviços no Brasil enfrentou uma surpreendente queda de 0,6% em outubro, marcando o terceiro mês consecutivo de desempenho negativo. O impacto foi particularmente sentido nos segmentos de transporte e serviços prestados às famílias.

Na comparação com o mês anterior, o setor frustrou as expectativas, que apontavam para estabilidade, acumulando perdas de 2,3% nos últimos três meses. Esse declínio eliminou o ganho equivalente observado entre maio e julho.

Os dados revelaram também uma queda de 0,4% no volume de serviços em relação ao mesmo mês do ano anterior, contrastando com as expectativas de um aumento de 0,4%. Atualmente, o setor se encontra 10,2% acima do nível pré-pandemia, em fevereiro de 2020, mas ainda 3,2% abaixo do patamar registrado em dezembro de 2022, o ponto mais alto da série histórica.

Ao longo do ano, o setor de serviços experimentou altos e baixos, demonstrando resiliência em meio a um mercado de trabalho aquecido, mas também recuando, atribuído ao impacto dos juros elevados, que inibem o consumo.

O analista da pesquisa, Luiz Almeida, destacou que a queda expressiva no setor de transportes, especialmente no transporte rodoviário de cargas, foi influenciada pela expectativa menor da próxima safra agrícola e pela redução na produção industrial. Além disso, serviços prestados às famílias recuaram 2,1%, revertendo parte do ganho de setembro, que foi impulsionado por um festival de música em São Paulo.

A decisão do Banco Central, aguardada para hoje, pode trazer novos ajustes na taxa básica Selic, atualmente em 12,25% ao ano. O setor de serviços permanece atento às mudanças econômicas enquanto enfrenta desafios e busca recuperação.

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