Companhias aéreas apontam que aumento nas passagens é um fenômeno global

Por Alessandra Conceição

A Associação Brasileira das Empresas Aéreas (Abear) emitiu uma nota abordando o recente aumento nos preços das passagens aéreas no Brasil, destacando que esse fenômeno não é exclusivo do país, mas sim uma tendência mundial.

Segundo a entidade, o cenário atual de preços de passagens aéreas no Brasil segue uma trajetória semelhante à observada em outros mercados globais. Com base no relatório mais recente da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), a Abear ressalta que, no acumulado de 2023 (janeiro a setembro), as tarifas aéreas no Brasil estão 8,5% mais baixas do que em 2022.

Entretanto, ao analisar apenas o mês de setembro, são identificados quatro meses consecutivos de aumento, levando o valor médio das passagens a atingir o patamar mais elevado desde fevereiro de 2009, alcançando R$ 747,66. A Abear lembra que as empresas adotam faixas tarifárias diversificadas, com 16,4% das passagens vendidas abaixo de R$ 200, 54% abaixo de R$ 500 e 85% abaixo de R$ 1 mil.

A nota destaca que a tarifa média segue os efeitos externos, influenciada pelo câmbio do dólar (responsável por 60% dos custos das companhias aéreas) e pelo combustível (representando 40%). Em comparação a 2019 (ano pré-pandemia), a tarifa média doméstica em 2023 teve um aumento de 14%, enquanto o Querosene de Aviação (QAV) registrou um aumento de 86%.

A Abear ressalta ainda que o setor aéreo continua buscando recuperação dos impactos negativos causados pela pandemia da Covid-19. Comparando com os Estados Unidos, onde a tarifa aérea média do segundo trimestre de 2023 está 10% acima do mesmo período em 2019, a nota destaca que no Brasil o valor médio dos bilhetes não teve aumento.

Por fim, a Associação destaca que está em diálogo com o governo federal para adotar medidas que promovam o desenvolvimento do mercado de transporte aéreo, reiterando a busca por uma agenda ampla e consistente para enfrentar custos e aumentar a competitividade no Brasil.

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